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Lula chama guerra de genocídio e compara crise no Rio à Faixa de Gaza

Presidente Lula falou sobre guerra entre Israel e Hamas, no Oriente Médio, em evento com governadores e prefeitos

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) defendeu que o conflito no Oriente Médio, entre Israel e o grupo fundamentalista Hamas, não se trata de uma guerra, e sim de um “genocídio”. O chefe do Executivo federal voltou a criticar a morte de crianças e outros inocentes em decorrência dos bombardeios, em discurso nesta quarta-feira (25/10).

“É muito grave o que está acontecendo neste momento no Oriente Médio. Não se trata de ficar discutindo quem está certo ou errado, quem deu o primeiro tiro, ou o segundo. O problema é o seguinte: não é uma guerra, é um genocídio que já matou quase 2 mil crianças, que não tem nada a ver com essa guerra, que são vítimas dessa guerra”, frisou Lula.

“Sinceramente, eu não sei como o ser humano é capaz de guerrear, sabendo que o resultado dessa guerra é a morte de crianças e inocentes. É um momento difícil”, seguiu.

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A fala de Lula ocorreu durante evento com governadores e prefeitos no Palácio do Planalto, para instituir o Conselho da Federação. O órgão foi criado para reunir governo federal, estadual e distrital, além de outras instituições municipalistas, com objetivo de traçar prioridades e resolver desafios comuns. Clique aqui para ver o discurso.

Antes de iniciar a fala desta quarta (25), o petista explicou que faria um pronunciamento breve devido a uma ligação prevista com o emir do Catar, Tamim bin Hamad al-Thani, na tentativa de conseguir apoio diplomático para retirar um grupo de brasileiros presos na Faixa de Gaza, epicentro do conflito.

Desde o início da guerra no Oriente Médio, o presidente tem pedido cessar-fogo e a abertura de corredor humanitário para a retirada de civis da zona de embate. Nessa terça-feira (24), Lula chamou o ataque do Hamas de terrorista, mas afirmou que o atentado não justifica a ação de Israel que provocou a morte de “milhões de civis”.

Lula critica reação de Israel contra palestinos e “morte de milhões”

Lula compara Rio e Faixa de Gaza

Falando aos governadores, prefeitos e outros líderes reunidos, o chefe do Executivo frisou ainda que os desafios que as regiões e os estados do país enfrentam não são problemas pontuais, mas questões que impactam em todo o território brasileiro.

“Vivemos um momento em que o problema da seca no Amazonas não é um problema só dos estados da Amazônia, do Amazonas, do Amapá, do Acre. É um problema do Brasil”, declarou.

Nesse sentido, o petista citou especificamente a crise de segurança pública no Rio de Janeiro, e comparou a escalada de violência e a queima de veículos na capital fluminense à Faixa de Gaza.

“O problema da violência no Rio de Janeiro, era muito fácil eu ficar vendo aquelas cenas que ontem apareciam na televisão, que parecia a própria Faixa de Gaza de tanto fogo, tanta fumaça, e dizer que é um problema do Rio de Janeiro, do Eduardo Paes, do governador. Não. É um problema do Brasil”, frisou.

Na última segunda-feira (23/10), 35 ônibus e um trem foram queimados na cidade do Rio em represália à morte do miliciano Matheus Rezende pela Polícia Civil. O sindicato das empresas de ônibus da cidade, Rio Ônibus, estima que o prejuízo do ataque aos coletivos possa chegar a R$ 35 milhões.

Ele seguiu: “É um problema nosso, que temos que encontrar a solução”. Segundo Lula, “cabe ao governo federal estar inteirado disso e compartilhar uma solução para este problema”.

Visita a Brasília

Nesta quarta-feira (25), o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), está em Brasília para uma série de agendas. A participação dele no evento do Conselho da Federação, no Palácio do Planalto, chegou a ser anunciada pela assessoria do governo, mas Castro não compareceu à solenidade com o presidente da República.

Segundo a equipe do governador, ele teve um imprevisto e atrasou a chegada à capital federal. Mais tarde, ele tem reuniões previstas com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e com os ministros da Fazenda, Fernando Haddad, e da Defesa, José Múcio.

Flávio Dino, ministro da Justiça e Segurança Pública, enviou seu número 2, Ricardo Cappelli, ao Rio para averiguar a situação. Dino viajará a Assunção, no Paraguai, nos dias 26 e 27 de outubro para uma reunião com ministros da Justiça e um evento contra o crime organizado.

Em meio à crise, a segurança pública no Rio foi reforçada com a ajuda da Polícia Federal, 300 agentes da Força Nacional e 86 viaturas.

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