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Lula defende que guerra é resultado de “falta de lar” palestino seguro

Presidente Lula discursou em cúpula extraordinária do Brics sobre situação em Gaza e disse que demarcação de territórios é “única solução”

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) defendeu, em pronunciamento nesta terça-feira (21/11), que a guerra entre Israel e o grupo Hamas, no Oriente Médio, “decorre de décadas de frustração e injustiça, representada pela ausência de um lar seguro para o povo palestino”.

O petista falou a presidentes do Brics, em reunião de cúpula extraordinária virtual convocada para discutir a situação humanitária na Faixa de Gaza. No pronunciamento, Lula também pediu esforços para que a guerra não se alastre para os países vizinhos, e a implementação célere da resolução aprovada na ONU.

“Não podemos esquecer que a guerra atual também decorre de décadas de frustração e injustiça, representada pela ausência de um lar seguro para o povo palestino. É fundamental acompanhar com atenção a situação na Cisjordânia, onde os assentamentos ilegais israelenses continuam a ameaçar a viabilidade de um Estado palestino”, ressaltou.

Segundo o petista, a contenção do conflito e a necessidade da demarcação de dois territórios com fronteiras mutuamente reconhecidas são os dois principais desafios da comunidade internacional em meio ao avanço da guerra.

“Dois outros temas devem merecer nossa atenção. O primeiro é que devemos atuar para evitar que a guerra se alastre para os países vizinhos. É valiosa e imprescindível a contribuição do Brics, em sua nova configuração, junto a todos os atores em favor da autocontenção e da des-escalada”, declarou o petista.

O segundo ponto, de acordo com o titular do Planalto, é o “reconhecimento de um Estado palestino viável, vivendo lado a lado com Israel, com fronteiras seguras e mutuamente reconhecidas”, considerado por ele “a única solução possível”.

Também participaram do encontro representantes dos seis novos membros do Brics: Arábia Saudita, Argentina, Egito, Etiópia, Emirados Árabes Unidos e Irã. Além do Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul – atual presidente do bloco.

Lula: demarcação de dois Estados

Na falta desta terça, Lula frisou que a Iniciativa Árabe para a Paz, apresentada pela Arábia Saudita e adotada pela Liga dos Estados Árabes em 2002, “parece um excelente ponto de partida”.

Na proposta, Israel deveria desocupar todos os territórios tomados em 1967, além do estabelecimento de um Estado Palestino na Cisjordânia e em Gaza, com uma “solução justa” para a questão dos refugiados. Em troca, os países árabes reconheceriam Israel.

O mandatário também lembrou que mais de 12 mil pessoas, das quais 5 mil são crianças morreram vítimas do conflito, declarado após o ataque sem precedentes do Hamas a Israel, em 7 de outubro.

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