Na Marcha das Margaridas, Lula exalta mulheres e chama Bolsonaro de “fascista e genocida”
Lula participa do encerramento da 7ª Marcha das Margaridas, mobilização de mulheres que ocorre em Brasília a cada quatro anos
atualizado
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) alfinetou, na manhã desta quarta-feira (16/8), o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) durante discurso na Marcha das Margaridas, na Esplanada dos Ministérios, em Brasília.
O mandatário foi um dos participantes do encerramento da 7ª Marcha das Margaridas, uma mobilização de movimentos sociais que, a cada quatro anos, organiza uma marcha de mulheres de todo o país rumo a Brasília.
“Os poderosos, os fascistas e golpistas podem matar uma, duas ou três margaridas, mas jamais evitarão a chegada da primavera. A vinda de vocês aqui hoje demonstra que só pensa em dar golpe quem não conhece a capacidade de homens e mulheres desse país”, iniciou Lula, sem citar nomes.
“A única razão pela qual eu voltei a ser presidente da República desse país, tirando aquele fascista e genocida do poder, foi para provar a esse país e ao mundo que esse país tem condição de tratar o seu povo com respeito. Esse país pode cuidar da saúde das crianças, do trabalhador e das mulheres”, completou o mandatário.
Lula ainda afirmou que à plateia que o governo federal nunca faltará a elas. “Quero que vocês saibam que na presidência da República, vocês têm um companheiro de vocês, que jamais se negará a conversar com vocês”, disse.
“Eles têm que saber que filho de agricultora vai entrar na universidade e vai virar doutor! Eles têm que saber que nós não queremos apenas andar de jegue. A gente quer ter carro, moto e o que a gente precisar. Queremos melhorar de vida! Chega de 500 anos de exploração! A gente melhora um ano, e eles botam desgraça na nossa vida outra vez”, pontuou Lula.
O evento
O lema desta sétima edição da marcha é “Pela Reconstrução do Brasil e pelo Bem Viver”. A mobilização é promovida pela Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag) e ocorre sempre em agosto.
O nome da marcha é uma homenagem à trabalhadora rural e líder sindical Margarida Maria Alves, assassinada em 1983. O número de participantes no evento ficou estimado em 100 mil. Elas estão em Brasília desde terça-feira (15/8) e, nesta quarta, finalizam o movimento.
O evento, que reúne mulheres trabalhadoras rurais em busca de visibilidade, reconhecimento social e político, teve impacto no trânsito da capital federal. A Esplanada dos Ministérios, onde ocorre a marcha, ficou fechada desde as 23h45 de terça (15/8).
Veja os eixos políticos pelos quais as Margaridas marcham nesta edição:
- Democracia participativa e soberania popular
- Poder e participação política das mulheres
- Autodeterminação dos povos, com soberania alimentar, hídrica e energética
- Democratização do acesso à terra e garantia dos direitos territoriais e dos maretórios
- Vida saudável com agroecologia e segurança alimentar e nutricional
- Direito de acesso e uso da biodiversidade, defesa dos bens comuns e proteção da natureza com justiça ambiental e climática
- Autonomia econômica, inclusão produtiva, trabalho e renda
- Educação pública não sexista e antirracista e direito à educação do e no campo
- Saúde, previdência e assistência social pública, universal e solidária
- Universalização do acesso à internet e inclusão digital
- Vida livre de todas as formas de violência, sem racismo e sem sexismo
- Autonomia e liberdade das mulheres sobre o seu corpo e a sua sexualidade