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Lula evita falar de Galípolo e nega questão “pessoal” com Campos Neto

O chefe do Executivo disse não querer promover “desgastes de especulação política” ao antecipar a indicação que fará ao Banco Central

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A sucessão no Banco Central (BC) não é um assunto que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) queira antecipar a fim de evitar desgastes, como explicou nesta sexta-feira (16/8). O chefe do Executivo não quis confirmar o diretor de Política Monetária do BC, Gabriel Galípolo, como sucessor do atual presidente, Roberto Campos Neto.

“Não sei se é o Galípolo. Tenho o direito de indicar o presidente do Banco Central e mais alguns diretores. Antes de indicar, quero conversar com presidente do Senado, da Comissão, para que os indicados, eles sejam votados logo para que não sofram desgaste de especulação política por meses e meses”, afirmou, em entrevista à Rádio Gaúcha.

O mandato de Campos Neto, indicado ao cargo pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), acaba no fim deste ano, e Lula poderá nomear um sucessor.

“Vou indicar a pessoa. Primeiro, ela tem de ter muito caráter, seriedade e responsabilidade. A pessoa que eu indicar não deve favor ao presidente, mas ao povo. Quando tiver de reduzir a taxa de juros, ele precisa ter coragem e, quando for aumentar, precisa ter a mesma coragem”, comentou o presidente.

Questionado sobre as críticas feitas a Campos Neto, Lula disse: “Não me desagradou, não, o problema não é pessoal. Ele desagradou ao país, ao setor produtivo. Não tem explicação a taxa de juros estar a 10%. O BC deve ao povo brasileiro”.

O petista é contra a política de juros adotada pelo presidente do BC. Em julho, o Comitê de Política Monetária (Copom) do banco optou por manter a taxa básica de juros do país, a Selic, a 10,50% ano, enquanto o governo federal deseja a queda da taxa.

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