Lula e Petro, da Colômbia, cobram divulgação das atas na Venezuela
Presidentes Lula e Gustavo Petro, da Colômbia, conversaram entre sexta (23/8) e sábado (24/8) para tratar das eleições na Venezuela
atualizado
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva conversou, entre a última sexta-feira (23/8) e este sábado (24/8), com o presidente da Colômbia, Gustavo Petro, sobre a questão das eleições presidenciais na Venezuela. Há um impasse do presidente Nicolás Maduro com a oposição após o pleito realizado no fim de julho.
Segundo declaração conjunta divulgada na noite deste sábado, em versões português e espanhol, os dois presidentes permanecem “convencidos de que a credibilidade do processo eleitoral somente poderá ser restabelecida mediante a publicação transparente dos dados desagregados por seção eleitoral e verificáveis”.
“A normalização política da Venezuela requer o reconhecimento de que não existe uma alternativa duradoura ao diálogo pacífico e à convivência democrática na diversidade”, prossegue o texto.
Os dois presidentes ainda pedem que todos os envolvidos evitem recorrer a atos de violência e à repressão.
Os governos brasileiro e colombiano ainda dizem manter abertos seus canais de comunicação com as partes e reiteram sua disposição de facilitar o entendimento entre elas.
Decisão do Tribunal Supremo
Na quinta-feira (22/8), o Tribunal Supremo de Justiça (TSJ) da Venezuela referendou o resultado eleitoral, reconhecendo a vitória de Nicolás Maduro, e informou que não irá divulgar as atas desagregadas por seção de votação, que podem atestar ou não a vitória do líder chavista. A Corte, dessa forma, reafirmou os números divulgados pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE).
Lula e Petro reiteram que continuam aguardando a divulgação, pelo CNE, das atas desagregadas. E citam os compromissos assumidos pelo governo e pela oposição venezuelanos mediante a assinatura dos Acordos de Barbados.
Eles ainda manifestam “sua total oposição” à continuada aplicação de sanções unilaterais como instrumento de pressão. “Compartilham o entendimento de que sanções unilaterais são contrárias ao direito internacional e prejudicam a população dos países sancionados, em especial as camadas mais vulneráveis”, finaliza a declaração conjunta.