Lula diz ser atribuição dele escolher PGR: “Se der errado, paciência”

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse, nesta terça-feira (1º/8), na 8ª live semanal, que no momento oportuno escolherá o novo titular da Procuradoria-Geral da República. O petista relatou que vem sofrendo pressões para sinalização de um nome, mas enfatizou que será minucioso, levando em consideração a Operação Lava Jato.

“Ninguém nesse país tem mais experiência que eu para escolher procurador nesse país, porque já escolhi três. Eu vou escolher a pessoa que eu achar melhor. Se der errado, paciência, mas é uma atribuição minha. Eu sempre tive o mais profundo respeito pelo MP [Ministério Público], mas depois dessa quadrilha que o [Deltan] Dallagnol montou, eu perdi muito a confiança”, desabafou Lula.

O presidente referiu-se ao grupo de Deltan Dallagnol como “bando de aloprados”.

“Eu perdi [a confiança], porque é um bando de aloprados que acharam que poderiam tomar o poder atacando todo mundo ao mesmo tempo. Atacaram o governo, o poder Executivo, o Legislativo, a Suprema Corte. Eles fizeram a sociedade brasileira de refém durante muito tempo. Então, obviamente, vou escolher com mais critério, mais pente fino, para não cometer nenhum erro”, completou.

O ex-juiz Sérgio Moro e o ex-procurador Deltan Dallagnol se tornaram os responsáveis pela condenação de Lula por corrupção passiva e lavagem de dinheiro no caso do tríplex do Guarujá, em São Paulo. O petista ficou preso de abril de 2018 a novembro de 2019.

Dois anos depois, em março de 2021, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin anulou todas as condenações impostas pela Justiça Federal do Paraná ao então ex-presidente.

Escolha

O mandato do atual chefe do Ministério Público Federal (MPF), Augusto Aras, se encerra no próximo mês, em agosto, com isso, Lula terá que indicar um novo nome para o cargo. A indicação é atribuição do presidente da República, mas o nome carece de aprovação do Senado Federal.

Sobre a indicação, Lula disse que o novo procurador será “amigo do Brasil” e não do presidente. Ele também voltou a citar a Lava Jato, dizendo que quem faz denúncias falsas não terá espaço no Ministério Público.

“Obviamente, vou escolher com mais critério, mais pente fino, para não cometer nenhum erro. Vou discutir se é homem, mulher, se é negro, branco, e quando eu tiver um nome, eu indico. Vou escolher a pessoa que eu acho que é a melhor para os interesses do Brasil. Não vai ser alguém que seja amigo do Lula, mas amigo do Brasil. Alguém que não faça denúncia falsa. Quem faz isso e depois não prova, deveria pagar os custos do processo, para que as pessoas sejam mais decentes”, reforçou.

O chefe do Executivo ainda se disse prejudicado pelas pessoas que atuaram na Lava Jato e que, o resultado dela, foi um “maluco beleza” – sem citar o nome do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

“A sociedade brasileira foi cooptada pela mentira. Se estabeleceu um pacto que convenceu a sociedade de que era verdade. A sociedade embarcou com a ajuda das mídias. Você aniquilar a indústria desse país, em benefício de quem? O resultado disso, foi o maluco beleza que governou esse país. O fascismo que governou esse país”, pontuou Lula.