Lula diz que Bolsonaro usa auxílio de R$ 600 para “tentar ganhar voto”
Em entrevista nesta quarta-feira (31/8) à Rádio Clube do Pará, candidato do PT falou sobre as políticas do atual mandatário brasileiro
atualizado
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O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), candidato à Presidência da República, voltou a criticar, nesta quarta-feira (31/8), o que considera uso eleitoreiro do Auxílio Brasil pelo atual presidente, Jair Bolsonaro (PL). Em entrevista à Rádio Clube do Pará, o petista afirmou que a ideia inicial do mandatário “era um benefício bem menor”, mas ele teria mudado de ideia vislumbrando um eventual segundo mandato.
“Agora, às vésperas das eleições ele resolve mudar para R$ 600. Essa é uma alternativa política criada por ele par tentar ganhar voto”, declarou Lula.
O petista questionou o montante de gastos do opositor, e defendeu que, “na história do Brasil, não houve nenhum presidente que esteja gastando a quantidade de dinheiro que o atual presidente está para tentar se reeleger. É uma vergonha”, acrescentou.
Lula afirmou ainda que o atual “governo nem sabe para quem está dando esse dinheiro”.
“O Bolsa família era um programa que tinha condicionantes. A mulher chefe de família que recebe o dinheiro, ela tinha obrigação de manter os filhos na escola, de vacinar todos os filhos e se não apresentasse o cartão da vacina não recebia, se fosse gestante tinha que fazer todos os exames. Hoje, não existe nenhuma condicionante, eu acho que o governo nem sabe para quem está dando esse dinheiro”, frisou.
O candidato também citou o ministro da Economia, Paulo Guedes. “Eu digo para o povo: se cair dinheiro na sua conta pegue, gaste, compre o que comer, o que vestir, porque se você não pegar, o Guedes vai tirar de você”.
PEC dos Auxílios
O Auxílio Brasil de R$ 600 foi viabilizado por meio da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) dos Auxílios. Ela abriu caminho para o governo desembolsar R$ 41,2 bilhões em benefícios sociais.
De agosto a dezembro deste ano, os beneficiários do programa social que substituiu o Bolsa Família receberão o pagamento turbinado. O custo da medida será de R$ 26 bilhões. Os recursos também servirão para zerar a fila de beneficiários que ainda aguardam a inclusão no programa.
Lula também defendeu a manutenção do benefício, apesar das críticas. “Você só pode cortar o auxílio do país quando tiver condições econômicas para dar diginidade ao povo”.
O presidente Bolsonaro, no entanto, prometeu a manutenção do benefício em 2023, caso seja reeleito. A ideia do Palácio do Planalto é que o Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) para 2023 fixe o benefício social em R$ 400, e que Proposta de Emenda à Constituição (PEC) viabilize a continuidade do programa em R$ 600.
Durante a entrevista, Lula também prometeu renegociar as dívidas da população. “Vamos negociar as dívidas das famílias brasileiras. Vinte e dois por cento dessas dívidas são com água e luz, que você pode negociar com prefeituras e empresas. Esse é um compromisso nosso, para que o povo… tenha o nome limpo no Serasa”, declarou.
Quem tem direito ao Auxílio Brasil?
O Auxílio Brasil é destinado a famílias em situação de extrema pobreza, ou seja, que possuem renda familiar mensal per capita de até R$ 105.
Famílias em situação de pobreza também podem receber desde que tenham, entre seus membros, gestantes ou pessoas com menos de 21 anos. Nesse caso, precisam ter renda familiar mensal per capita entre R$ 105,01 e R$ 210.
O auxílio turbinado valerá até dezembro deste ano. O custo da medida será de R$ 26 bilhões. Os recursos também servirão para zerar a fila de beneficiários que ainda aguardam a inclusão no programa.