Lula diz não ter pressa para escolher novos PGR e ministro do STF
Presidente Lula tem que escolher o próximo procurador-geral da República, a ocupar o lugar de Aras, que encerra gestão na terça-feira (26/9)
atualizado
Compartilhar notícia
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) defendeu que “tudo tem seu tempo” e que “não tem pressa” para escolher o próximo procurador-geral da República (PGR), com a saída de Augusto Aras, e o substituto de Rosa Weber, ministra do Supremo Tribunal Federal (STF). Os dois deixam as respectivas funções no fim deste mês.
Sobre a vaga na Suprema Corte, o mandatário declarou ainda que a questão de gênero “não é mais um critério”, e que a cor da pele também não deve influenciar a decisão. O petista tem sido pressionado a não diminuir a representatividade feminina no plenário do STF.
“No momento que eu achar que é importante escolher, eu vou escolher. Vou escolher o ministro da Suprema Corte, o procurador-geral, quatro pessoas do Cade [Conselho Administrativo de Defesa Econômica], gente do Superior Tribunal de Justiça, mas tudo tem o seu tempo”, declarou o mandatário.
“No momento em que eu tiver que tomar a decisão, podem ficar tranquilos que eu vou anunciar para vocês. Mas não tenho pressa, não existe nenhuma vinculação com a minha cirurgia”, acrescentou.
Nesta segunda (25/9), Lula falou à imprensa reunida no Palácio Itamaraty, onde recebeu o primeiro-ministro do Vietnã, Pham Mihn Chinh. O petista fará uma cirurgia no quadril, na próxima sexta-feira (29/9), para tratar de fortes dores nas articulações, que enfrenta desde agosto do ano passado.
Sem uma indicação do sucessor da PGR a tempo da aprovação no Senado, quem deve assumir a chefia da PGR interinamente será o vice-presidente do Conselho Superior do Ministério Público Federal (CSMPF), escolhido pela categoria.
Questionado sobre a escolha de gênero no STF, Lula defendeu que o gênero e a cor da pele não devem ser critérios determinantes na decisão do sucessor da ministra Rosa Weber.
“O critério não será mais esse. Eu estou muito tranquilo para escolher uma pessoa que possa atender aos interesses e às expectativas do Brasil. Uma pessoa que possa servir ao Brasil, que tenha respeito à sociedade brasileira. Uma pessoa que vote adequadamente. Não se depende dessa questão de gênero”, pontuou o chefe do Executivo federal.
Despedida de Aras
Em 21 de setembro, durante sua última sessão no STF como PGR, Augusto Aras usou seu espaço de fala para fazer um balanço de sua atuação como PGR. Na despedida, ele falou de incompreensão e de divergência de ideias, “que formam a democracia”.
“Os desafios dos últimos quatro anos foram adicionalmente cercados por incompreensões e falsas narrativas, dissonantes com o trabalho realizado, documentado e publicizado, e agora também organizado no relatório final de gestão que recém-divulgamos”, disse.