Lula diz confiar em Galípolo: “Se tiver de aumentar [juros], aumenta”
Na quarta-feira (28/8), Lula indicou Galípolo para assumir a vaga de Campos Neto, nomeado por Jair Bolsonaro (PL), no BC
atualizado
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) elogiou Gabriel Galípolo, diretor de Política Monetária do Banco Central (BC) e seu indicado para assumir a presidência do BC.
Atualmente, o presidente da instituição financeira é Roberto Campos Neto, nomeado por Jair Bolsonaro (PL) e cujo mandato acaba em dezembro.
Para o petista, Galípolo “tem perfil de uma pessoa competentíssima e um brasileiro que gosta do Brasil. Não gosto de falar a palavra gênio. É muito competente. Ele vai atuar com a autonomia que atuou o [Henrique] Meirelles”. A fala ocorreu em entrevista à rádio MaisPB, nesta sexta-feira (30/8).
“Isso dá a ele [Galípolo] o direito de fazer as coisas corretas. Não precisa trocar o presidente do BC se estiver fazendo as coisas corretas. Se tiver que abaixar juros abaixa, se tiver que aumentar aumenta. Mas tem que ter explicação, tem que ter meta de crescimento, se não, não vai a lugar nenhum”, completou.
Para assumir a liderança do banco, Galípolo ainda precisa passar pelo crivo da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) e do plenário do Senado. Caso aprovado, ele terá um mandato de 2025 a 2028.
Lula critica Campos Neto de novo
O presidente garantiu saber “lidar com o BC, mas, no imaginário do mercado, o presidente do BC tem que ser um representante do sistema financeiro, e eu não acho. Tem que ser uma pessoa que goste desse país e tome as atitudes corretas”.
Nas críticas a Campos Neto, o chefe do Executivo falou: “O atual presidente do BC, ele age como político, não como economista. Ele oferece em reuniões políticas coisas que não deveriam acontecer. A taxa de juros hoje é uma coisa que não tem explicação“.
O petista comentou também de outras indicações que precisará fazer ao banco, “porque até ano que vem muda todo mundo do BC”. Ele terá de definir mais três nomes para diretorias na instituição a partir de 2025.