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Lula lamenta morte de Delfim Netto: “Adversário inteligente”

Em nota de pesar, o presidente Lula citou as críticas feitas ao economista por “30 anos”, mas reconheceu a importância de Delfim Netto

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Delfim Netto 4 votou pelo AI-5 Lula - Metrópoles
1 de 1 Delfim Netto 4 votou pelo AI-5 Lula - Metrópoles - Foto: Reprodução/YouTube

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) lamentou, nesta segunda-feira (12/8), a morte do economista Antônio Delfim Netto, aos 96 anos.

Na nota de pesar, o chefe do Executivo disse ter feito críticas a Delfim Netto “durante 30 anos”, mas “na minha campanha em 2006, pedi desculpas publicamente porque ele foi um dos maiores defensores do que fizemos em políticas de desenvolvimento e inclusão social que implementei nos meus dois primeiros mandatos”.

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Delfim Netto, responsável pelo "Milagre Econômico" no país
Delfim Netto, ex-ministro e deputado federal
Delfim Netto
Delfim Netto votou pelo AI-5
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Delfim Netto em reunião com equipe econômica

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Delfim Netto, responsável pelo "Milagre Econômico" no país

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Delfim Netto, ex-ministro e deputado federal

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Delfim Netto

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Delfim Netto votou pelo AI-5

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Delfim participou muito da elaboração das políticas econômicas daquele período. Quando o adversário político é inteligente, nos faz trabalhar para sermos mais inteligentes e competentes”, afirmou o presidente.

“Em um curto espaço de tempo, o Brasil perdeu duas referências do debate econômico no país: Delfim Netto e Maria da Conceição Tavares. Fica o legado do trabalho e pensamento dos dois, divergentes, mas ambos de grande inteligência e erudição, para ser debatido pelas futuras gerações de economistas e homens públicos”, completou.

Aproximação de Lula e Netto

Os dois se aproximaram depois que Lula se tornou presidente pela primeira vez.

“Lula salvou o capitalismo brasileiro”, disse Netto uma vez, durante a crise econômica mundial de 2008. Também defendeu o petista durante a Lava Jato. “O Lula tem sido objeto de uma perseguição ridícula. O governo dele foi bastante bom”, elogiou o economia.

Por outro lado, Delfim Netto não era fã do ex-presidente Jair Bolsonaro e nem da política econômica dele. Em entrevista sobre os mil dias de governo dele, afirmou que a gestão estava sendo uma “tragédia”. “Mil dias de confusão, de preconceito, ideias equivocadas. Infelizmente, estamos em pleno subdesenvolvimento acelerado”.

Ditadura

Netto foi ministro da Fazenda entre os anos de 1967 e 1974. Depois, atuou como titular do Planejamento entre 1979 e 1985 e, então, se tornou ministro da Agricultura. Ele também serviu como embaixador do país na França de 1975 a 1977.

Além de ter atuado em governos da ditadura, Netto votou a favor do Ato Institucional número 5 (AI-5), que endureceu o regime no Brasil.

Em seu endosso do AI-5, ele afirmou que deveria ser concedida ao presidente “a possibilidade de realizar certas mudanças constitucionais, absolutamente necessárias para que este País possa realizar o seu desenvolvimento com maior rapidez”.

Em 2013, mais de 40 anos depois, o economista disse que repetiria o voto favorável ao AI-5, em sessão da Comissão da Verdade: “Eu não só assinei o Ato Institucional número 5 como assinei a Constituição de 1988, (mas) nunca apoiei a repressão”.

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