Lula defende reforma para ampliar presença de mulheres no Congresso
Gleisi Hoffmann apresentou projeto de lei na Câmara dos Deputados para garantir às mulheres 50% das cadeiras do Legislativo federal
atualizado
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São Paulo – O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse nesta quinta-feira (10/3) que é preciso pensar também na votação para o Legislativo para garantir mais mulheres na política, e sugeriu uma reforma política para garantir essa paridade de gêneros na política.
O petista participou de um encontro com mulheres em São Paulo, que contou com a presença de diversas lideranças de movimentos sociais, centrais sindicais e partidos políticos. Ao lado de Lula, estavam sua noiva Janja e a presidente do PT, a deputada Gleisi Hoffmann.
A ex-presidente Dilma Rousseff, primeira e única presidente mulher do país, não estava presente – uma liderança sindical chamou a atenção para o fato em seu discurso.
Lula citou sua viagem recente ao México, onde há paridade entre homens e mulheres no Congresso. “Nós precisamos começar a pensar como essa paridade vai chegar ao Brasil, se vai depender da campanha individualizada de cada um ou a gente vai tentar propor uma reforma política em que na lista já garanta uma paridade”, falou.
“Se não, a gente vai passar o resto da vida se queixando ‘ah como é difícil eleger a mulher’. A gente se mata e só tem 10% de mulher no Congresso Nacional. Tudo é difícil porque depende da capacidade financeira da pessoa e do partido”, falou.
“Como a gente vai garantir que a câmaras dos vereadores, as assembleias, a Câmara, o Senado e as instituições tenham paridade? Precisamos pensar diferente. Para fazer a mudança não dá apenas para votar no presidente da República, é preciso votar em deputados, e senadores que pensem assim”, acrescentou o petista.
Após o evento, Gleisi Hoffmann comemorou a “empolgação” de Lula com esta pauta, e lembrou que ela tem um projeto de lei na Câmara justamente para garantir 50% das cadeiras do Legislativo federal para mulheres, e disse que o ex-presidente deve estimular essa discussão caso seja eleito.
Representantes de diversos movimentos sociais e entidades sindicais falaram sobre pautas que esperam que Lula adote em seu governo, como o aumento da participação feminina, políticas públicas para combater a violência contra a mulher e contra a população LGBTQI, geração de emprego e renda, combate à violência no campo, mudanças nas leis sobre direitos reprodutivos, nas leis previdenciárias e a revisão da reforma trabalhista.
O encontro teve a participação de mulheres de outros partidos da esquerda, como as deputadas Taliria Petrone (PSol) e Jandira Feghali (PCdoB), além de secretárias de mulheres do PV e do PSB.