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Lula defende expansão do Brics, com Argentina e banco mais forte do que FMI

Segundo Lula, o FMI ignora as crises dos países ricos e se aproveita dos subdesenvolvidos para difundir interesses políticos

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De Joanesburgo, na África do Sul, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) participou do Conversa com o Presidente, nesta terça-feira (22/8). Em sua fala, o mandatário relacionou a crise econômica da Argentina ao Fundo Monetário Internacional (FMI) e disse que deseja a entrada do país vizinho nos Brics.

A transmissão desta semana ocorreu em Joanesburgo, na África do Sul, onde o chefe do Executivo federal participa da 15ª cúpula dos Brics. Enquanto Lula está ausente do país, o comando interino está com o vice-presidente da República, Geraldo Alckmin (PSB).

“Eu, por exemplo, defendo que os nossos irmãos da Argentina possam participar dos Brics. Eu defendo isso. Vamos ver na reunião como fica. Se vai ser agora ou daqui a um mês, é muito importante a Argentina estar nos Brics. O Brasil não pode fazer política de desenvolvimento industrial sem lembrar que a Argentina é um país que tem de crescer junto com o Brasil”, destacou Lula.

Lula falava sobre a atuação do FMI junto a países pobres. Segundo o presidente, o Fundo Monetário Internacional ignora as crises dos países ricos e se aproveita dos subdesenvolvidos para difundir seus interesses políticos.

“Eu fico, às vezes, irritado, porque, quando houve a crise em 2008 nos países ricos, o FMI não se manifestou. Até parecia que o FMI não exisitia. Agora, quando tem crise em qualquer país pequeno, seja na África, seja na América Latina, o FMI resolve dar palpite, falar e meter o bico, quando eles deveriam ajudar. O dinheiro que eles colocam lá é como se fosse um cabresto. O país fica preso àquilo, e não consegue sair”, criticou Lula.

O chefe do Executivo brasileiro ainda exemplificou a atuação do FMI na Argentina, que, segundo ele, queria Mauricio Macri reeleito presidente do país, em 2019.

“Essa é a situação da Argentina. Como está difícil, por causa do empréstimo que foi feito por interesses políticos do FMI. Os US$ 44 bilhões emprestados ao [Mauricio] Macri à época das eleições. Há quem diga na Argentina que esse dinheiro foi emprestado por causa das eleições, para que o Macri pudesse ganhar. Ele não ganhou, o Alberto Fernandez ganhou e ficou com a dívida, que, agora, tem de pagar, e nós sabemos da situação da Argentina”, pontuou.

Banco mais forte

Durante a explanação sobre o papel mundial do FMI, Lula disse que é favorável à entrada de vários países no Brics, até para que o bloco se fortaleça e tenha um banco mais forte do que o próprio FMI. Atualmente, o grupo é composto por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.

“Sou a favor de vários países entrarem no Brics, e a gente vai se tornar forte. A gente quer criar um banco muito forte, que seja maior do que o FMI, mas que tenha outro critério de emprestar dinheiro para os países. Não de sufocar, mas de emprestar, na perspectiva de que o país vai criar condições de investir o dinheiro, se desenvolver e pagar, sem que o pagamento atrofie as finanças do país”, defendeu Lula.

O petista ainda lembrou de, quando o Brasil devia ao FMI, recebia anualmente dois representantes do banco, “com vergonha”. Lula ainda acrescentou que, por mais que defenda a ampliação do Brics, o novo banco fortalecido precisa ser dotado de regras, para que não se torne “uma torre de babel”.

“Você lembra, no Brasil, quando todo ano chegava um casal representando o FMI no aeroporto do Rio de Janeiro, para visitar as contas do Brasil e saber se estávamos fazendo as contas corretas? Não tinha a maior vergonha para um país do que receber dois representantes do FMI. Eu ficava até com pena do ministro da Fazenda”, contou.

“Nós temos de aprender a tomar conta das nossas contas. Nós pagamos o FMI, emprestamos US$ 15 bilhões para eles e, hoje, não devemos nada. E nem queremos dever! […] Esses quatro países têm muita importância no mundo. Nós podemos fazer com que mudem as regras da conjuntura nacional”, ressaltou.

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