Lula critica militares na política: “Não tem que ficar se metendo”
O petista defende que a classe deve proteger a soberania nacional e combater inimigos externos, não procurar inimigos internos
atualizado
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Durante encontro com artistas, neste sábado (10/7), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou que os militares devem proteger a soberania do país e combater inimigos externos, não procurar inimigos internos.
“Vocês têm que tomar conta da nossa fronteira, dos 17 mil quilômetros de fronteira seca e oito mil quilômetros de fronteira marítima. Não tem que ficar se metendo na política interna”, declarou o petista.
Lula acrescentou: “Aonde essa gente estava escondida que nós não vimos? Nunca vi o despertar de tanto miliciano. Eu fui presidente oito anos. Eu convivi com militares, o Haddad conviveu com militares, a gente não sabia que tinha gente que ficava falando merda todo dia”.
O pré-candidato à Presidência também citou os depoimentos de militares à CPI da Covid-19: “Um dia desses eu vi um general falar o seguinte: ‘Ah, eu vou na CPI, mas eu vou de farda’, achando que a farda impõe respeito. Não é a farda que impõe respeito, é o seu caráter. É o seu comportamento profissional. Você está no Exército para garantir a soberania do seu país, para proteger o povo brasileiro com relação a inimigos externos e não ficar procurando inimigos internos”.
Lula também fez críticas diretas ao governo atual: “Chamar o Bolsonaro de direita é quase uma ofensa à direita ideológica. Ele tá muito mais próximo do fascismo. Como o país pode conviver com um cidadão como ele?”.
O evento no qual o petista deu as declarações foi realizado em São Paulo. O objetivo era tratar dos desafios da cultura durante e após a pandemia no Brasil.