Lula conversa com famílias de desaparecidos e reféns do Hamas
Presidente Lula participou de videoconferência com grupo formado para representar familiares dos sequestrados pelo Hamas na guerra
atualizado
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) conversou por videoconferência com representantes do fórum de famílias dos desaparecidos na guerra e reféns do Hamas, nesta quinta-feira (26/10). Desde o início do conflito no Oriente Médio, três brasileiros morreram e um quarto segue desaparecido, segundo o Itamaraty.
De acordo com o Planalto, Lula participou pela manhã de uma videoconferência com famílias de israelenses e do brasileiro desaparecido, que estão em Israel, e lutam pela libertação dos cerca de 200 sequestrados pelo grupo fundamentalista.
“O Fórum de Famílias pediu ao presidente que siga apoiando o pleito do grupo pela libertação de reféns. O presidente respondeu estar pessoalmente empenhado na construção da paz, na libertação dos reféns e na abertura de um corredor humanitário”, diz o comunicado da Presidência.
Lula também teria assegurado que tem debatido a questão como prioridade nas conversas que vem mantendo com líderes internacionais sobre a crise israelo-palestina.
Desde o início do conflito, Lula conversou com diversos líderes, na tentativa de conseguir apoio diplomático para retirar um grupo de cerca de 30 cidadãos presos na Faixa de Gaza. O local está sob bloqueio israelense e, apesar da liberação para a entrada dos primeiros lotes de ajuda humanitária, ainda não há sinal verde para o tráfego de pessoas pela fronteira de Rafah, no Egito.
Ao todo, Israel estima que o Hamas mantém mais de 200 pessoas em cativeiro, e tem restringido a entrada de água, alimentos e combustíveis no local até a liberação dos reféns. Nesta semana, os primeiros presos pelo grupo fundamentalista foram libertados.
Veja imagens da guerra entre Israel e o Hamas:
Fórum é contrário a ajuda à Gaza
O presidente Lula defende, em discursos e orientações para a diplomacia brasileira em fóruns internacionais, a necessidade de um cessar-fogo e a abertura de um corredor humanitário para a retirada dos civis – a maior parte deles, crianças e mulheres –, no epicentro do conflito.
A posição do fórum de representantes das famílias dos reféns, no entanto, é contrária a liberação de ajuda humanitária no enclave palestino. Conforme noticiou o portal Deutsche Welle, parceiro do Metrópoles, a permissão de Israel para permitir a entrada de água, medicamentos e alimentos vindos do Egito, no sul de Gaza, incomodou parte dos familiares das vítimas reunidos no fórum.
Um comunicado divulgado pelo grupo disse que trata-se de “uma decisão terrível” permitir ajuda humanitária a Gaza. Com o grande número de reféns, entre eles civis, incluindo idosos, crianças e jovens, a tarefa para negociar a libertação do sequestrados é mais complicada.
“Passei por um inferno”, diz refém israelense idosa solta pelo Hamas
Nessa quarta-feira (25/10), o petista afirmou que a situação no Oriente Médio não é uma guerra, e sim um “genocídio”, e defendeu que o ataque terrorista do Hamas a Israel não justifica a reação do governo de Benjamin Netanyahu e a morte de centenas de crianças e civis.
A conversa do petista com representantes do fórum não estava prevista na agenda oficial enviada pelo Planalto. Lula decidiu estender a conversa e cancelou um café da manhã com jornalistas, que foi adiado para esta sexta-feira (27), aniversário dele.
Além de Lula, também participam da videoconferência com o Fórum de Reféns e Famílias Desaparecidas, formado para representar algumas das famílias dos sequestrados, os assessores especiais da Presidência Celso Amorim e Clara Ant, e o líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), de origem judaica.