Lula conversa com Blairo Maggi e quer falar com presidente da Fiesp
Em reunião, líderes das siglas que apoiam a chapa Lula-Alckmin pontuaram necessidade de ampliar eleitorado e dialogar com empresários
atualizado
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São Paulo – Em busca de ampliar seu eleitorado, o ex-presidente e pré-candidato do PT à Presidência da República Luiz Inácio Lula da Silva indicou que pretende intensificar o diálogo com setores do agronegócio, da indústria e do mercado financeiro. Além disso, segundo aliados, o petista pode aproveitar a saída de João Doria (PSDB) da disputa eleitoral para tentar atrair o economista Henrique Meirelles (MDB) para sua campanha.
Um primeiro passo nessa empreitada foi dado: Lula disse a aliados que conversou com Blairo Maggi, ex-senador, ex-ministro e magnata da soja, e afirmou que deve procurar confederações de indústria e comércio para dialogar.
A fala foi feita durante reunião realizada nesta segunda (23/5) e almoço com presidentes de PT, PSB, PCdoB, PSol, PV, Rede e Solidariedade, partidos que compõem a coligação de apoio à chapa Lula-Geraldo Alckmin (PSB).
No encontro, os representantes das legendas conversaram sobre estratégias de campanha e programa de governo, e foi pontuada a necessidade da campanha de Lula não ser apenas o candidato da esquerda e chegar a setores produtivos e do agro, que tem sido tradicionalmente mais ligados à direita.
Segundo pessoas que estavam na reunião, Lula e Alckmin devem procurar os presidentes da Federação de Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Josué Gomes da Silva, e os da Confederação Nacional da Indústria (CNI) e da Confederação Nacional do Comércio, Bens e Serviços (CNC), assim que o programa de governo estiver avançado, para colher sugestões.
Alckmin ainda foi citado por diversas pessoas como um ativo importante no diálogo com o agronegócio de São Paulo.
O presidente do PSB, Carlos Siqueira, afirmou que reforçou a importância dos empresários durante a reunião, e que discutir o programa de governo com esses setores é uma maneira de agregar um espectro maior de apoiadores.
“Se a gente tá falando de frente ampla, e essa frente do ponto de vista partidário não ocorreu, nós devemos pelo menos agora dar uma demonstração de um programa de frente, porque você pode agregar setores políticos, sociais que, embora não sejam de esquerda, possam ter um ponto de identidade com o programa. A meu ver, não tem outra saída para ampliar que não seja por via de um programa”, afirmou.
Durante almoço com o ex-presidente, o deputado Paulinho da Força (Solidariedade) pontuou a importância do agronegócio, e, em resposta, Lula informou que já havia conversado por telefone com Blairo Maggi. O presidente do Solidariedade, Paulinho da Força, reiterou que é “preciso falar com todos os setores”.
“Ele falou com o Blairo Maggi por telefone, disse que pode falar pessoalmente com o presidente da Fiesp, mas eu particularmente acho que ele não deveria ir na Fiesp de cara, tem que ir em alguns setores, como o setor de máquinas, o de química”, sugeriu.
Tanto Paulinho quanto Siqueira defenderam um “programa enxuto”, para que não haja interpretação equivocada de certos pontos e para que seja mais fácil apresentá-lo para os diversos setores.
O ex-senador Randolfe Rodrigues (Rede) disse que a análise das pesquisas de intenção de voto apresentada na reunião revelou que Lula perde em diversos estados do Centro-Oeste ligados ao agronegócio, e que é necessário olhar com atenção para estes locais – e afirma que será uma tarefa tanto de Lula quanto de Alckmin.
“Tem muita coisa que vai ser tarefa de Alckmin, sobretudo conversa com o setor do agronegócio no interior de São Paulo, mas o próprio Lula disse que tomaria a iniciativa. Estando pronta a base do programa, ele reiterou que tomará a iniciativa de falar com o presidente da Fiesp, da CNC, de todas as confederações comerciais”, falou.
Segundo a avaliação dos partidos, unidades federativas como Santa Catarina, Distrito Federal, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Rondônia, Acre e Roraima são locais em que Lula perde, enquanto Paraná, Goiás e Rio de Janeiro são estados nos quais o petista empata com Bolsonaro. Por isso, Randolfe defendeu agendas dedicadas nestas localidades e um programa de governo que dialogue com as necessidades desses estados.
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