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Lula afirma que Congresso não tem que dizer “amém” para o Executivo

Presidente Lula comentou sobre demissões após pressão do Centrão para acomodar nomes no governo e disse que faz parte da democracia

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) defendeu, nesta sexta-feira (27/10), que a pressão de partidos do Centrão para indicar nomes ao primeiro escalão e a outras instâncias do governo, em troca do andamento e aprovação das medidas do Executivo no Congresso, “faz parte do exercício da democracia em toda a sua plenitude”.

Lula demitiu a presidente da Caixa Econômica Federal, Rita Serrano, na última quarta-feira (25/10). Ela será substituída por Carlos Vieira Fernandes, indicado do Centrão. A demissão ocorre após meses de pressão do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), e de outros líderes que miravam o comando do banco público.

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Lula ao lado de Janja
Lula teve que aceitar nomes do Centrão na Esplanada
Presidente defendeu que pressão de partidos do Centrão "faz parte do exercício da democracia"
Presidente Luiz Inácio Lula da Silva
Lula recebeu jornalistas para um café da manhã no Palácio do Planalto
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Lula afirmou que não vai usar a GLO no Rio de Janeiro

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“O que você está assistindo, na verdade, é o exercício da democracia em sua total plenitude”, defendeu o petista. “O Congresso Nacional existe para isso, não é um espaço que as pessoas digam amém para tudo que o governo quer.”

A declaração de Lula ocorreu durante café com jornalistas, no Palácio do Planalto, nesta manhã.

Troca na Caixa destravou votação

Poucas horas depois do anúncio da troca de comando na Caixa Econômica por indicado de Lira, a Câmara aprovou a tributação de fundos offshores e fundos exclusivos de super-ricos, travada na Casa desde o início do mês por falta de acordo.

O texto-base foi aprovado com folga: foram 323 votos favoráveis, 119 contrários e uma abstenção. O PL tramitava em regime de urgência constitucional e trancava a pauta da Câmara desde 14 de outubro. Os destaques ao texto, votados em seguida, foram todos rejeitados.

A análise do texto era vista como prioridade para o governo federal. Isso porque, após sancionada, a taxação de rendimentos de ativos em outros países poderá gerar mais de R$ 20 bilhões de arrecadação para os cofres públicos entre 2024 e 2026. A verba auxiliará o governo a cumprir a meta de zerar o déficit fiscal.

Rita foi a terceira mulher retirada do governo para acomodar nomes do Centrão. Além dela, saíram do governo as ministras Daniela Carneiro, do Turismo, substituída por Celso Sabino (União-PA), e Ana Moser, do Esporte, cuja vaga foi assumida por André Fufuca (PP-MA).

Lula: “Governo precisa do Parlamento”

Além delas, o xadrez político para acomodar indicados dos líderes do Centrão incluiu a saída de Márcio França da pasta de Portos e Aeroportos, para dar lugar a Silvio Costa Filho (Republicanos-PE). França foi encaminhado à recém-criada pasta de Micro e Pequenas Empresas.

“Eu fiz um acordo com PP, Republicanos… Acho que é direito deles exigir espaço no governo. Uma pessoa que tem currículo para isso e eles juntos têm mais de 100 votos. Faltam três anos para terminar o meu mandato. Um governo precisa do Parlamento, e não o Parlamento do governo. A gente não vive só de aplausos”, frisou Lula.

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