Lula cita seca no Amazonas e ciclones no Sul na COP28: “Conta chegou”
Ao falar na abertura da COP28, Lula fez um discurso duro e cobrou ações efetivas dos líderes globais para combater mudanças climáticas
atualizado
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Enviada especial a Dubai* – Em discurso na Conferência das Nações Unidas para Mudança do Clima (COP28), nesta sexta-feira (1º/12), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) citou a estiagem histórica que atinge a região Amazônica e os ciclones no Sul do país para cobrar os líderes mundiais por ações efetivas no combate às mudanças climáticas.
Durante o pronunciamento, Lula defendeu que a “ciência e a realidade mostram que a conta chegou antes”, e cobrou os demais chefes de Estado e governo pelo fim de “discursos eloquentes e vazios”.
“A humanidade sofre com secas, enchentes e ondas de calor cada vez mais extremas e frequentes. No norte do Brasil, a Amazônia amarga uma das mais trágicas secas de sua história. No sul, tempestades e ciclones deixam um rastro inédito de destruição e morte. A ciência e a realidade nos mostram que desta vez a conta chegou antes”, declarou.
Lula foi um dos poucos líderes a discursar durante solenidade de abertura da Presidência da Conferência das Nações Unidas para Mudança do Clima (COP28), em Dubai, nos Emirados Árabes.
Além dele, falaram o presidente dos Emirados Árabes Unidos, Mohammed bin Zayed Al Nahyan, o secretário-geral da ONU, António Guterres, e o príncipe Charles III, do Reino Unido.
Lula condena guerras e uso de combustíveis fósseis
No pronunciamento, o presidente brasileiro condenou as guerras, o uso de combustíveis fósseis e lembrou a conexão entre o impacto das mudanças climáticas e a desigualdade social.
“O planeta está farto de acordos climáticos não cumpridos. De metas de redução de emissão de carbono negligenciadas. Do auxílio financeiro aos países pobres que não chega. De discursos eloquentes e vazios. Quantos líderes mundiais estão de fato comprometidos em salvar o planeta?”, questionou o petista.
O presidente brasileiro chegou à COP28 por volta das 10h50 no horário local (3h50 em Brasília) e foi recebido pelo secretário-geral da ONU, António Guterres, e pelo presidente do país anfitrião, Mohammed bin Zayed Al Nahyan.
Durante os dois dias em que participa do evento, Lula tem uma programação agitada. Ele deve ter agendas bilaterais com, ao menos, nove chefes de Estado ou governo, além de outros líderes globais.
*Repórter viajou a convite do Instituto Clima e Sociedade