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Lula cita “absurdo” de bilionários: “Não precisamos de saída em Marte”

Na Suíça, presidente Lula criticou a concentração de renda e discursou pelo fim das desigualdades, além de pautar a taxação dos super-ricos

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1 de 1 Imagem colorida de presidente Lula com expressão séria no rosto saidinhas - Metrópoles - Foto: Hugo Barreto/Metrópoles @hugobarretophoto

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) chamou, nesta quinta-feira (13/6), de “absurda” a concentração de renda dos bilionários no mundo. E também ressaltou a necessidade de melhores política ambientais para preservar a Terra.

“O Brasil está impulsionando a proposta de taxação dos super-ricos no debate do G20“, disse no encerramento do fórum de justiça social na 112ª Conferência Internacional do Trabalho, da Organização Internacional do Trabalho (OIT), em Genebra, na Suíça.

Segundo ele, nunca o mundo teve tantos bilionários. “Três mil pessoas têm US$ 15 trilhões. É a sola do PIB [Produto Interno Bruto] do Japão, Alemanha e Reino Unido”, comparou.

“A concentração de renda é tão absurda que alguns indivíduos possuem seus próprios programas espaciais, certamente em busca de um mundo melhor para não ficar no meio dos trabalhadores, que são responsáveis pelas riquezas deles. Não precisamos buscar saída em Marte, é a Terra que precisa do nosso cuidado, é nossa casa, o nosso mundo”, afirmou.

Veja o discurso:


O petista ainda discursou contra a extrema-direita e pelo envolvimento do social ao discutir a economia.

“A contestação a ordem vigente não pode ser privilégio da extrema-direita, a bandeira anti-hegemônica precisa ser recuperada pelos setores populares, progressistas e democráticos […] A mão invisível do mercado só agrava desigualdade“.

Lula pede mais representatividade de países em desenvolvimento

Lula foi recebido na reunião com gritos de “olé, olé, olá”, tema de campanha eleitoral. Ao ser chamado para discursar, os convidados aplaudiram de pé o presidente brasileiro e, ao longo do discurso, recebeu mais aplausos ao citar os bilionários, disparidade de gênero e nova governança global.

“A desigualdade de gênero, raça e orientação sexual são agravantes em todo mundo. As mulheres são um dos elos mais vulneráveis na cadeia do mundo do trabalho”, disse.

O presidente brasileiro afirmou que o Brasil vai trabalhar pela ratificação da emenda de 1986 à Constituição da OIT. O documento propõe eliminar os assentos permanentes dos países mais industrializados no conselho da organização.

“Não faz sentido apelar aos países em desenvolvimento a resolução das crises do mundo sem estar adequadamente representados nos principais órgãos internacionais. Cada país tem direito a voto, independente da riqueza, PIB ou tamanho”, completou.

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