Lula chama guerra de luta insana e pede paz “em nome das crianças”
Presidente Lula citou conflito entre Israel e Hamas em discurso por videoconferência sobre os 20 anos do programa Bolsa Família
atualizado
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pediu paz e voltou a fazer um apelo pelas crianças e demais vítimas civis da guerra entre Israel e o grupo Hamas. Em discurso por videoconferência no evento em homenagem aos 20 anos do Bolsa Família, nesta sexta-feira (20/10), o mandatário lamentou as perdas humanas e disse que conflito é movido por “irracionalidade” e “insanidade”.
“Hoje, quando o Bolsa Família completa 20 anos, eu fico lembrando que 1.500 mil crianças morreram na Faixa de Gaza. Que não pediram que o Hamas fizesse o ato que fez, de terrorismo, atacando Israel. Mas também não pediram que Israel reagisse de forma insana e matasse elas”, declarou Lula.
“Exatamente aqueles que não têm nada a ver com a guerra. Aqueles que só querem viver, aqueles que querem brincar, aqueles que não tiveram o direito de ser criança”, seguiu.
Esta foi a primeira vez que o presidente se referiu aos ataques do Hamas a Israel, em 7 de outubro, como atentados terroristas. Como em outros conflitos internacionais, o petista adotou uma postura de neutralidade, sem se alinhar a nenhum dos lados da guerra.
A declaração ocorreu durante discurso do petista por videoconferência, no evento em homenagem aos 20 anos da criação do programa Bolsa Família, nesta sexta-feira (20/10). Este é o primeiro pronunciamento público do titular do Planalto desde que ele passou por cirurgias no quadril e nas pálpebras, no fim de setembro.
Após o fim do discurso, Lula pediu a atenção novamente para falar que se recuperou bem dos procedimentos cirúrgicos, e levantou-se da cadeira sozinho para provar. O mandatário então anunciou que, após três semanas de recuperação trabalhando da residência oficial, ele voltará a despachar do Palácio do Planalto na próxima semana.
Conversa com Macron
Lula também conversou nesta sexta, por telefone, com o presidente da França, Emmanuel Macron. Na conversa, os dois trataram da situação dos reféns e da situação humanitária na Faixa de Gaza. Lula também agradeceu o apoio francês à proposta de resolução brasileira apresentada ao Conselho de Segurança da ONU, que acabou vetado pelos Estados Unidos.
Segundo o governo brasileiro, os dois trataram da importância que se estabeleça um corredor humanitário para a saída de estrangeiros e a entrada de água potável, alimentos e remédios na Faixa de Gaza.
Os dois presidentes concordaram ainda sobre a necessidade de libertação imediata dos reféns pelo Hamas e sobre o terrível impacto do conflito nas crianças palestinas e israelenses. O líder francês também confirmou que visitará o Brasil no primeiro semestre do ano que vem.