Lula alfineta articulação de Padilha após derrota do governo na Câmara
Presidente Luiz Inácio Lula da Silva usou tom de brincadeira, mas pediu mais articulação: “Vai facilitar muito a vida”
atualizado
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O governo federal está digerindo sua primeira derrota em votações no Congresso Nacional e, ainda que em tom de brincadeira, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) alfinetou seu ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, nesta quinta-feira (4/5). Padilha é o principal responsável pela articulação política do governo.
Lula participou da primeira reunião do recriado Conselhão (com 246 membros da sociedade civil) e, em discurso que foi lido (segundo o próprio Lula, “para não cometer nenhuma gafe e ser a principal notícia na imprensa”), improvisou em algumas partes. Em uma delas, fez a Padilha um elogio que trouxe crítica nas entrelinhas.
“A grande novidade na composição desse conselho – e nisso quero reconhecer o trabalho extraordinário do ministro Alexandre Padilha… Espero que ele tenha, dentro do Congresso Nacional, a capacidade de organizar e de articular que ele teve no conselho. Aí vai facilitar muito a vida… É porque esse conselho está mais diverso e representativo”, disse Lula.
Derrota “surpresa”
O governo Lula tem enfrentado dificuldades para consolidar sua base no Congresso, como ficou evidente da retirada de pauta do PL das Fake News na última terça (2/5). Nesta quarta, porém, a derrota foi no voto.
Em votação “surpresa”, o governo sofreu uma derrota diante da aprovação do Projeto de Decreto Legislativo (PDL) nº 111/2023, que derruba trechos do decreto presidencial sobre saneamento básico. A sessão foi presidida por Marcos Pereira (Republicanos-SP), 1º vice, que alega ter agido sob orientação de Arthur Lira (PP-AL), presidente da Câmara dos Deputados.
O governo tentou, mas não conseguiu obstruir a deliberação. A votação atingiu o placar de 295 a favor da derrubada e 136 contra. Pouco antes, a urgência foi aprovada por 222 votos a favor e 136 contra. Agora, o PDL relatado por Alex Manente (Cidadania-SP) seguirá para deliberação no Senado, onde precisa ser aprovado para entrar em vigor.