Lula admite renegociar dívidas de MG, RS, SP e RJ: “Construir acordos”
Segundo Lula, o governo está disposto a renegociar as dívidas dos quatro estados mais ricos, que também são os que mais devem
atualizado
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou, nesta sexta-feira (28/6), que está disposto a construir acordos de negociação de dívidas dos quatro estados mais ricos do Brasil: Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais e Rio Grande do Sul. A declaração foi dada em entrevista à FM O Tempo, em Belo Horizonte (MG).
“A gente quer ver se é possível construir acordos para todos, estamos com disposição de negociar dívidas dos estados, são os quatro estados mais ricos: RJ, SP, MG e RS. São os que mais devem”, disse o petista.
Lula também cobrou que a Vale, mineradora responsável pelas tragédias em Mariana e Brumadinho, pague a reparação.
“Também estou disposto a renegociar a dívida da Vale, não com Minas Gerais, mas com o povo. A Vale está lá, com dinheiro aplicado, sem querer pagar”, disparou.
“A Vale, vamos ser francos, está enrolando o povo de Mariana e Brumadinho. Isso não é brincadeira, faz sete anos, criou uma empresa para quê? Essa empresa já fez as casas, pagou indenização? Cobrei do ministro Alexandre Silveira (Minas e Energia): quero saber como está o acordo da Vale. Disse que está 90% resolvido e que vai me apresentar para gente bater o martelo.”
Alfinetada em Zema
A dívida pública de Minas Gerais, hoje avaliada em R$ 170 bilhões, foi um dos tópicos citados pelo presidente. De acordo com Lula, o valor devido à União Federal tornou o mandato do ex-governador petista Fernando Pimentel, de 2015 a 2019, um “fracasso”.
O presidente da República aproveitou para cutucar o governador de Minas Gerais, Romeu Zema, que apoiou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) na última corrida ao Palácio do Planalto. Segundo Lula, Zema usufrui de liminar concedida ao petista para não pagar o montante devido à União.
“A dívida de Minas Gerais levou o Pimentel a ser um governante que teve um fracasso muito grande porque ele teve de pagar uma dívida e, quando ganhou o processo no fim do mandato, o Zema que tirou proveito disso, porque o Pimentel passou quatro anos sem pagar funcionário público, fornecedores, porque tinha de pagar o governo federal. Quando a ministra Rosa Weber deu a liminar, o Pimentel não usufruiu disso, quem usufrui é o Zema, que faz seis anos que não paga a dívida, que chega a R$ 170 bilhões”, destacou o presidente.
A liminar citada por Lula expira em breve, em 13 de julho, após duas prorrogações conseguidas pelo governo de Minas apenas neste ano.