Lula a parlamentares: “Perdedores nas urnas participarão da transição”
Lula participa de reunião com parlamentares de 14 partidos na sede do governo de transição, instalada no Centro Cultural Banco do Brasil
atualizado
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Luiz Inácio Lula da Silva (PT), presidente eleito, afirmou, nesta quinta-feira (10/11), que os candidatos derrotados nas eleições de 2022 terão “direito de participar da transição e da governança” do país.
A declaração foi dada durante reunião com parlamentares de 14 partidos na sede do governo de transição, instalada no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB).
“Estou vendo aqui a cara de companheiros que ganharam as eleições e a cara de companheiros que perderam as eleições. Quero dizer para vocês que o fato de alguém ter perdido a eleição não significa que alguém é menor do que quem ganhou”, afirmou o presidente aos parlamentares.
O presidente relembrou as derrotas que sofreu nas urnas durante as eleições nas quais concorreu à Presidência. “Quantas vezes eu chorava porque achava que meu discurso era o mais correto, a minha proposta era a mais correta”, disse.
De acordo com o presidente eleito, os candidatos derrotados neste pleito serão convidados a participar ativamente da transição.
“É preciso que a gente leve em conta isso na nossa relação, muitas vezes só é reconhecido quem ganha. Queria dizer que os perdedores vão ter o direito de escrever e participar deste processo de transição e desta governança”, afirmou o petista.
Reunião com parlamentares
O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) visita, na manhã desta quinta-feira (10/11), o Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), sede da transição de governo.
No CCBB, Lula se reúne com parlamentares aliados. É a primeira vez que o petista comparece ao local. Ele também terá uma série de reuniões internas.
A agenda com deputados e senadores tem o objetivo de ampliar a base do futuro governo no Congresso Nacional. O encontro também terá como pauta a articulação da aprovação de uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC), que garante a manutenção do Auxílio Brasil, que voltará a se chamar Bolsa Família, e o aumento real do salário mínimo.
A ideia é que a proposta seja aprovada ainda neste ano. O texto tem sido preferido por aliados próximos a Lula ante a edição de uma medida provisória, no início do mandato do petista, no ano que vem, que abriria crédito extraordinário para a realização dos pagamentos.
A PEC, no entanto, defendem colaboradores do texto, traz mais segurança jurídica e evita eventuais questionamentos no Tribunal de Contas da União (TCU).
Como é uma PEC, a proposta só poderá ser aprovada pela Câmara se obtiver o apoio mínimo de três quintos dos deputados (308 dos 513), em dois turnos de votação. Se aprovada, seguirá para o Senado, onde será submetida novamente a dois turnos e precisará receber apoio de, ao menos, 49 dos 81 senadores.