Ludhmila Hajjar diz que cloroquina e ivermectina não funcionam
Médica citou que, em um ano de pandemia, é possível saber o que funciona e o que não funciona, e citou os medicamentos como ineficientes
atualizado
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A médica cardiologista que recusou convite para assumir o Ministério da Saúde no lugar de Eduardo Pazuello, Ludhmila Hajjar, afirmou que medicamentos como cloroquina, vitamina D e ivermectina, citados pelo governo como eficientes contra o coronavírus, não funcionam no combate à Covid-19.
Em entrevista à GloboNews nesta segunda-feira (15/3), Hajjar garantiu que, em um ano de pandemia, é possível ver “o que funciona e o que não funciona” e citou os medicamentos na listagem dos tratamentos contra a Covid-19 que não são eficientes.
“Não dá para só confiar na vacina, vamos precisar de tempo para podermos dizer que vencemos nesse avanço da pandemia. Um ano de pandemia foi suficiente para demostrarmos o que não funciona, que é o caso de cloroquina, ivermectina, vitamina D, e o que funciona. Aí você pode indicar o que é o tratamento ideal, quais são os antibióticos corretos, o que pode evitar uma intubação, quando o paciente deve ficar internado”, explicou a cardiologista.
Ludhmila ainda citou que “cada instituição criou o seu protocolo”, mas que deveria haver uma referência, uma liderança, lembrando que a medida deveria ser um consenso entre os governadores e o governo federal.
Cotada para assumir o ministério, Hajjar afirmou que divergiu do presidente Bolsonaro quanto às medidas que podem ser tomadas para interromper a transmissão em massa do coronavírus.
“Infelizmente, acho que esse não é o momento para que eu assuma a pasta, principalmente por motivos técnicos. Eu sou médica, cientista, tenho todas as minhas expectativas em relação à pandemia. Eu acho que isto está acima de qualquer ideologia, essa é a minha posição. Eu fiquei honrada com o convite, mas pautei minha vida toda na ciência”, disse Hajjar, momentos após recusar a pasta, em entrevista à CNN.
Sobre as divergências com o presidente Bolsonaro, Ludhmila citou o tratamento precoce e a questão do lockdown em todo o país, medida que o chefe do Executivo já se mostrou contra uma série de vezes.