Lira: “Se não puder discutir temas do STF, não sei para que Congresso”
Lira, presidente da Câmara, deu a declaração durante pergunta sobre PL do Aborto em evento de mulheres parlamentares do G20, em Maceió (AL)
atualizado
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O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), disse nesta segunda-feira (1º/7) que se o Congresso não puder discutir decisões do STF (Supremo Tribunal Federal) ou do Conselho Federal de Medicina, o congressista “não sabe para que serve” o Congresso Nacional.
A declaração foi feita em coletiva à jornalistas na 1ª Reunião de Mulheres Parlamentares do P20, fórum legislativo do G20, em Maceió (AL), quando o deputado foi perguntado sobre o projeto de lei (PL) do aborto.
“Pauta mal conduzida com relação às versões que saem, publicadas. Se discutia a permanência, ou não, ou de que forma ou não, o método usado para praticar o aborto já previsto em lei, chamado assistolia, se seria referendado, ou não, uma decisão do STF com relação a uma decisão do Conselho Federal de Medicina. E se o Congresso da República, Senado e Câmara, não puderem discutir o que se discute nos conselhos federais e no STF, não sei para que serve o Congresso Nacional”, disse o deputado.
Lira: PL do Aborto será discutido no Congresso
O parlamentar reforçou que o tema do PL vai ser discutido em um grupo especial no segundo semestre. “[A pauta] Foi sobrestada, vai ser levada no segundo semestre com muito debate, muita discussão, muita clareza para que não se criem versões para PL que não existe”, argumentou.
O Projeto de Lei (PL) nº 1.904/24, conhecido como PL do Aborto, ficou para o próximo semestre depois da forte repercussão negativa sobre a proposta, com manifestações públicas nas ruas do país pelo arquivamento do texto. O presidente da Câmara foi um dos alvos dos protestos e acabou tendo sua imagem política desgastada.
Com a negatividade do tema, o presidente da Câmara anunciou a criação de uma comissão especial para discutir o projeto. O deputado do PP prometeu que “nenhum direito” das mulheres será revogado.
O texto original equipara o aborto acima de 22 semanas ao crime de homicídio, com pena de até 20 anos, e inclui mulheres e crianças estupradas. O deputado federal Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), autor da proposta, já admitiu que deve mudar o texto e não penalizar com prisão mais a mulher que optar por interromper a gestação.