Lira resiste à criação de CPI para investigar ações do governo na pandemia
Candidato do Planalto à presidência da Câmara diz que “não é justo tensionar”, pois não há uma “receita de bolo” para tratar da Covid-19
atualizado
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Apesar do aumento de críticas em relação à condução do governo Jair Bolsonaro (sem partido) da crise provocada pela pandemia de Covid-19, Arthur Lira (PP-AL), candidato apoiado pelo Palácio do Planalto à presidência da Câmara dos Deputados, resiste à instalação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar uma possível omissão do governo na gestão da Saúde.
O líder do Centrão disse que “não é justo tensionar”, pois não há uma “receita de bolo” para tratar a pandemia. Ele citou países da Europa que passam pelo terceiro lockdown como argumento e desconversou sobre o pedido de instalação da comissão.
“Não é momento para divisão ou acotovelamento, não é momento para que a gente tensione politicamente. Agora, se tiver fato determinado, qualquer assunto, não é só esse, se tiver o pré-requisito de assinaturas, não tem problema. Esta Casa vai discutir, não podemos é precificar uma hipótese. Isso não é momento. O momento é de união para que a gente não politize a vacina”, declarou.
Ao ser questionado se o caos em Manaus, que vive um colpaso na saúde, já não seria indício de erros na gestão, Lira novamente desconversou.
“Já tem até inquérito aberto para se investigar. O que estou dizendo é que nós não temos uma receita. Ninguém tem uma receita de como fazer. Esse vírus surpreende a todos, tem uma nova cepa, novas situações. Essa Casa debaterá sobre qualquer assunto, não posso falar sobre hipóteses”, completou.
Nas últimas semanas, vem crescendo a pressão sobre o governo por causa da pandemia e das indefinições acerca da vacinação. Parlamentares estão colhendo assinaturas para a instalação da CPI para apurar as omissões e a população voltou a protestar contra o presidente Jair Bolsonaro.