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Lira, Kataguiri e Moraes: veja os monitorados pela “Abin paralela”

“Abin paralela” monitorou o presidente da Câmara, Arthur Lira, bem como integrantes dos Três Poderes e jornalistas

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Vinícius Schmidt/Metrópoles
Arthur LIra no Supremo Tribunal Federal durante sessão especial em homenagem aos 35 anos da Constituição Federal de 1988 - Metrópoles
1 de 1 Arthur LIra no Supremo Tribunal Federal durante sessão especial em homenagem aos 35 anos da Constituição Federal de 1988 - Metrópoles - Foto: Vinícius Schmidt/Metrópoles

O ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes derrubou o sigilo da investigação que integra a quarta fase da Operação Última Milha. O documento cita os nomes das pessoas monitoradas ilegalmente pela “organização criminosa”, por meio de sistemas da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), durante a gestão de Jair Bolsonaro (PL).

As apurações da Polícia Federal, responsável pela operação, revelaram que membros dos Três Poderes e jornalistas foram alvo de ações do grupo. Também houve a criação de perfis falsos e a divulgação de informações sabidamente inverídicas.

No texto liberado por Moraes, constam os nomes de autoridades e profissionais monitorados pelo grupo.

Veja:

PODER JUDICIÁRIO
Ministros Alexandre de Moraes, Dias Toffoli, Luis Roberto Barroso e Luiz Fux.

PODER LEGISLATIVO
Deputado federal Arthur Lira (presidente da Câmara dos Deputados), deputado Rodrigo Maia (então presidente da Câmara dos Deputados), deputados federais Kim Kataguiri e Joice Hasselmann; senadores Alessandro Vieira, Omar Aziz, Renan Calheiros e Randolfe Rodrigues.

PODER EXECUTIVO
Ex-governador de São Paulo João Doria; servidores do Ibama Hugo Ferreira Netto Loss e Roberto Cabral Borges; auditores da Receita Federal do Brasil Christiano José Paes Leme Botelho, Cleber Homen da Silva e José Pereira de Barros Neto.

JORNALISTAS
Monica Bergamo, Vera Magalhães, Luiza Alves Bandeira e Pedro Cesar Batista.

Caso de Arthur Lira

A descoberta de que Arthur Lira havia sido monitorado veio após a identificação de ações clandestinas para “caçar podres” do deputado federal Kim Kataguiri. Diálogo entre os investigados Giancarlo Rodrigues e Marcelo Araújo Bormevet mostrou isso.

“O militar Giancarlo destaca ao superior Bormevet que a ação da estirpe delituosa já teria sido realizada em relação ao ‘LIRA’, possivelmente o deputado federal e presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, e em relação ao ‘pessoal do RENAN’, possivelmente senador Renan Calheiros”, diz o documento.

Por isso, Moraes pediu a Lira o envio dos computadores e celulares funcionais utilizados pelo ex-assessor parlamentar José Matheus Sales Gomes, um dos alvos da 4ª fase da Operação Última Milha.

Moraes justificou a quebra do sigilo sob o seguinte argumento:

“Nos termos do inciso IX do art. 93 da Constituição Federal de 1988, todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade, podendo a lei limitar a presença, em determinados atos, às próprias partes e a seus advogados, ou somente a estes, em casos nos quais a preservação do direito à intimidade do interessado no sigilo não prejudique o interesse público à informação.”

Mandados de prisão e busca e apreensão

Policiais federais cumprem cinco mandados de prisão preventiva e sete mandados de busca e apreensão, expedidos pelo Supremo Tribunal Federal, em Brasília, Curitiba, Juiz de Fora, Salvador e São Paulo.

O Metrópoles confirmou a prisão de Giancarlo Gomes Rodrigues; ⁠Mateus Sposito, ex-assessor da Secretaria de Comunicação Social (Secom) na gestão anterior; ⁠Marcelo de Araújo Bormevet, policial federal; e Richards Dyer Pozzer. Rogério Beraldo de Almeida segue foragido.

Além deles, ex-assessores de Carlos Bolsonaro, filho do ex-presidente Jair Bolsonaro, foram alvo de busca e apreensão. Entre os investigados, consta José Mateus Sales Gomes.

Segundo a PF, a organização criminosa também acessou ilegalmente computadores, aparelhos de telefonia e infraestrutura de telecomunicações para monitorar pessoas e agentes públicos.

Os investigados podem responder pelos crimes de organização criminosa, tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito, interceptação clandestina de comunicações e invasão de dispositivo informático alheio.

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