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Lira tira da gaveta outra PEC que restringe poder de ministros do STF

Com crise instalada entre a Corte e o Legislativo, presidente da Câmara também destravou PEC que limita decisões de ministros

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Presidente da Câmara dos Deputados , Arthur Lira (PP-AL) faz sinal com a mão - Metrópoles
1 de 1 Presidente da Câmara dos Deputados , Arthur Lira (PP-AL) faz sinal com a mão - Metrópoles - Foto: Igo Estrela/Metrópoles

O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), decidiu nesta sexta-feira (16/8) dar andamento a mais uma proposta de emenda à Constituição (PEC), em resposta à decisão da Corte de suspender o pagamento das emendas impositivas, nas quais estão incluídas as chamadas “emendas Pix”.

Nesta mesma sexta, ele já tinha dado prosseguimento a outro texto, conforme mostrou o colunista Igor Gadelha.

Lira despachou para a Comissão de Constituição e Justiça a PEC nº 28/2024, de autoria do deputado Reinhold Stephanes  (PSD-PR), que permite ao Congresso derrubar decisões tomadas pelo Supremo pelo voto de dois terços da Câmara e do Senado. Na prática, isso significa 342 deputados e 54 senadores.

“Se o Congresso Nacional considerar que a decisão exorbita do adequado exercício da função jurisdicional e inova o ordenamento jurídico como norma geral e abstrata, poderá sustar os seus efeitos pelo voto de dois terços dos membros de cada uma de suas Casas Legislativas, pelo prazo de dois anos, prorrogável uma única vez por igual período”, diz o texto.

A PEC também diz que o STF só poderá manter a decisão caso haja apoio de 9 dos 11 ministros da Corte.

A proposta também diz que os relatores de processos em tribunais superiores precisam imediatamente submeter ao colegiado suas decisões de medidas cautelares, “de natureza cível ou penal, necessárias à proteção de direito suscetível de grave dano de incerta reparação, ou ainda destinadas a garantir a eficácia da ulterior decisão da causa”.

Segundo o texto, a medida cautelar adotada entrará na sessão seguinte do tribunal para ser votada.

Na justificativa da PEC apresentada pelo deputado em julho, ele diz que a proposta “apenas alonga regra constitucional já prevista na Constituição Federal de 1988, especificamente no art. 49, com a possiblidade de o Supremo Tribunal Federal também sustar a deliberação da Casa Legislativa, o que bem pondera núcleo essencial da separação de Poderes, freios e contrapesos”.

PEC de decisões monocráticas também anda

Nesta sexta, Lira também enviou à CCJ a PEC que limita decisões individuais de ministros do STF.

A PEC foi aprovada pelo Senado em novembro de 2023 e, desde então, estava parada na Mesa Diretora da Câmara. Nesta sexta, Lira finalmente despachou a proposta.

A proposta limita decisões monocráticas (individuais) no Supremo e em outros tribunais superiores, caso ocorra a suspensão da eficácia de leis aprovadas pelo Congresso. A proposta já foi criticada publicamente por ministros do STF.

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