Lira cita “boa vontade” com corte de gastos, mas fala em “aprimorar”
Presidente da Câmara disse que projeto que implique renúncia de receitas será enfrentado só em 2025, em referência à isenção do IR
atualizado
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O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), disse nesta sexta-feira (29/11) que o pacote de corte de gastos anunciado pelo governo tem a “boa vontade” dos deputados e que a Câmara está disposta a “colaborar” e “aprimorar” as propostas. A fala se dá em meio à reação negativa do mercado às medidas anunciadas.
“Reafirmo o compromisso inabalável da Câmara dos Deputados com o arcabouço fiscal. Toda medida de corte de gastos que se faça necessária para o ajuste das contas públicas contará com todo esforço, celeridade e boa vontade da Casa, que está disposta a contribuir e aprimorar”, disse o presidente da Câmara na rede social X.
Nesta sexta, o dólar está novamente acima de R$ 6,00, em um valor recorde. Lira disse que inflação e dólar altos são “mazelas que atingem de forma mais severa os mais pobres”. O político alagoano reafirmou que um projeto de renúncia fiscal só vai ser discutido no ano que vem pelo Congresso. A referência é a proposta do Planalto de aumentar a faixa de isenção do Imposto de Renda (IR) para quem ganha até R$ 5 mil.
“Qualquer outra iniciativa governamental que implique renúncia de receitas será enfrentada apenas no ano que vem, e após análise cuidadosa e sobretudo realista de suas fontes de financiamento e efetivo impacto nas contas públicas”, declarou o parlamentar.
O presidente da Câmara afirmou ainda que a responsabilidade fiscal é “inegociável”. “Uma coisa de cada vez. Responsabilidade fiscal é inegociável.”
Como mostrou o Metrópoles nesta semana, a cúpula da Câmara demonstrou desagrado com o momento escolhido pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, para anunciar a ampliação da faixa de isenção do Imposto de Renda (IR), para quem ganha até R$ 5 mil. A avaliação é que a medida não deveria ter sido anunciada com o pacote de corte de gastos.