Lira ainda avalia como e quando fará anúncio público a favor de Motta
Presidente da Câmara escolheu líder do Republicanos como seu candidato à sucessão e deve formalizar o apoio depois do 2º turno
atualizado
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O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), ainda avalia qual meio utilizar e quando deve formalizar publicamente seu apoio ao líder do Republicanos, deputado Hugo Motta (PB), a sua sucessão. Lira anunciou em setembro para líderes partidários que seu candidato é Motta.
Na segunda-feira (21/10), o presidente da Câmara participou da abertura da 24ª Conferência Internacional Datagro sobre Açúcar e Etanol, em São Paulo (SP). Depois do evento, ao falar com jornalistas, Lira sinalizou que pode formalizar seu apoio depois do segundo turno das eleições municipais.
“Não é momento para a gente estar falando de sucessão na Câmara, pelo menos agora. Nós vamos ter oportunidade ainda. O segundo turno vai passar, a gente vai esperar o resultado das eleições e aí a gente se posiciona”, declarou.
Apesar de não ter decidido como fará o anúncio público, Lira e Motta estavam juntos no evento em São Paulo na segunda. Foi a primeira vez que os dois tiveram uma agenda pública conjunta desde que o alagoano decidiu apoiar o paraibano.
O presidente da Câmara sabe que precisará endossar o nome de Motta em busca de votos na Câmara.
Eleição é em fevereiro de 2025
Apesar de a eleição ser só no início do ano que vem, os candidatos começaram a intensificar suas agendas com partidos, deputados e presidentes de legendas. O objetivo é angariar votos e conseguir um bloco de siglas robusto.
Atualmente, há três nomes principais na disputa: Hugo Motta (Republicanos-PB), Elmar Nascimento (União Brasil-BA) e Antônio Brito (PSD-BA). Até agosto, Elmar era o favorito para receber o apoio de Lira, mas em setembro o presidente da Câmara optou por Motta.
O anúncio de que Lira apoiaria Motta provocou revolta em Elmar e causou uma divisão no Centrão, bloco de partidos com maior peso na Casa.
A aliados o líder do União Brasil classificou a atitude do presidente da Câmara como “traição”. Depois de ser preterido por Lira, Elmar se aliou a Brito. O combinado entre os dois é que o que tiver menos força vai apoiar o que tiver mais forte na reta final da disputa.
Na segunda, Lira disse que “nunca falou” qual era seu candidato ao comando da Casa nas eleições de fevereiro. Segundo o congressista, o nome do líder do União Brasil sempre foi uma “especulação” da imprensa.
“Todos especularam, há mais de um ano, toda a imprensa, que meu candidato era Elmar Nascimento, que é meu amigo pessoal. Eu nunca falei nem para você, nem para imprensa nenhuma, nem para deputado nenhum, qual era o candidato”, alegou.
Candidatura de consenso cada vez mais distante
Na segunda, Lira voltou a afirmar que acredita na possibilidade da construção de um nome de consenso na Câmara, mas que, se isso não se ocorrer, a maioria que vencer será respeitada.
“Nós vamos chegar, eu penso, num entendimento. Se não chegar, vamos ter o que é salutar na política, a maioria vence e a maioria vai ser respeitada”, declarou.
Aliados de Elmar e Brito sempre trataram a ideia de candidatura única como uma “utopia” de Lira. Com a proximidade da eleição da Mesa Diretora e nenhum recuo dos candidatos, a possibilidade de um entendimento fica cada vez mais remoto.
Um dos exemplos de como a divisão afeta os trabalhos da Câmara e exemplifica a dificuldade de um consenso é a reunião de líderes, evento tradicional nas semanas em que há sessões, que não tem sido realizada.