Líderes do governo Lula no Congresso decidem apoiar CPMI do 8/1
A criação de uma CPMI tem sido apoiada e incentivado pela oposição. Adesão à CPMI foi anunciada após crise com ministro do GSI
atualizado
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Após a divulgação das imagens pela rede CNN de que mostram o ex-ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Gonçalves Dias, dentro do palácio do Planalto durante a invasão do prédio em 8 de janeiro, líderes da base governista decidiram apoiar a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) no Congresso Nacional.
A decisão foi anunciada em coletiva após a reunião dos líderes na Câmara dos Deputados.
“Ninguém brinca com a democracia. Se o Congresso quiser instalar a CPMI, estamos prontos para ajudar, inclusive para investigar. Já que querem… Nós sempre dissemos: CPMI é instrumento da oposição. É legítimo a oposição pedir CPMI. Quem governa não pode perder tempo com CPMI, CPMI, é de oposição”, disse José Guimarães, líder do governo na Câmara.
A criação de uma CPMI para investigar os atos antidemocráticos de 8 de janeiro tem sido apoiada e incentivado pela oposição de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Os parlamentares querem “provar omissão” do governo.
“Como a coisa está muito banalizada aqui dentro, pede-se CPMI pra tudo, evidentemente, se o [presidente do Senado, Rodrigo] Pacheco ler o requerimento, vamos colaborar, vamos pra dentro, disse Guimarães.
CPMI
Desde o início do ano legislativo, parlamentares da oposição pressionam o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), pela instalação de uma CPMI. Para que o colegiado seja instalado, é necessária a adesão de 171 deputados e 27 senadores.
Com a adesão de parlamentares suficientes, a instalação da CPMI é automática. No entanto, é preciso que o requerimento seja lido em sessão do Congresso Nacional.
A extectativa era de que o documento fosse lido por Pacheco, que também preside o Congresso, na sessão de quarta-feira (18/4). No entanto, após pressão de governistas, a sessão foi adiada para a próxima quarta-feira (26/4).
Entenda
Gonçalves Dias, então ministro-chefe de Lula, aparece nas imagens divulgadas pela CNN dentro do Palácio do Planalto durante as invasões do dia 8 de janeiro. No vídeo é possível visualizar o general caminha pelo terceiro andar, onde fica o gabinete da presidência. O ministro chega a conversar com alguns invasores.
Dias deixou o cargo na tarde desta quarta-feira (19/4), após reunião com Lula. Após o pedido de demissão, a Secretaria de Comunicação da Presidência da República disse que “não haverá impunidade para os envolvidos nos atos criminosos de 8 de janeiro”.