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Líder Pataxó é 4º indígena assassinado em um ano no sul da Bahia

Região vive conflito entre fazendeiros e indígenas. Policiais militares já foram presos por suspeita de envolvimento com homicídios

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Foto colorida do líder indígena Lucas Kariri-Sapuya - Metrópoles
1 de 1 Foto colorida do líder indígena Lucas Kariri-Sapuya - Metrópoles - Foto: Reprodução/ MPI

A morte da liderança indígena Lucas Kariri-Sapuyá, de 31 anos, em Pau Brasil (BA) na quinta-feira (21/12), é o quarto assassinato de indígenas Pataxó na região sul da Bahia em pouco mais de um ano.

Essa região vive um cenário de conflito por terras envolvendo indígenas da etnia Pataxó e fazendeiros. Lucas era dirigente estadual da Rede Sustentabilidade (Rede) e pré-candidato a prefeito na região. Ele e foi morto em uma emboscada por dois homens encapuzados.

Lucas, que era do povo Pataxó Hã-hãe-hãe, estava em uma motocicleta com o filho na garupa, no momento do crime.

Os jovens Samuel Cristiano, de 21 anos, e Nawir Brito, de 16, foram baleados e mortos em 17 de janeiro deste ano, quando seguiam de motocicleta na rodovia BR-101, em Itabela (BA).

Meses antes, na madrugada de 4 de setembro de 2022, o adolescente Gustavo Silva da Conceição, de 14 anos, foi assassinado com um tiro na nuca em Prado (BA).

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Nawir Brito de Jesus, de 16 anos
Samuel Cristiano do Amor Divino, de 21 anos
Homens encapuzados usaram gás lacrimogêneo em ataque, segundo indígenas
Cápsulas de arma de fogo após ataque em acampamento indígena
Soldado soldado Laércio Maia Santos, de 31 anos
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Indígena Pataxó assassinado: Gustavo Silva da Conceição, de 14 anos

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Nawir Brito de Jesus, de 16 anos

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Samuel Cristiano do Amor Divino, de 21 anos

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Homens encapuzados usaram gás lacrimogêneo em ataque, segundo indígenas

Povo Pataxó/via Cimi
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Cápsulas de arma de fogo após ataque em acampamento indígena

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Soldado soldado Laércio Maia Santos, de 31 anos

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Antes da morte de Lucas Kariri, quatro policiais militares chegaram a ser presos em duas operações policiais. Um deles, o soldado Laércio Maia, era suspeito de ter matado Samuel e Nawir enquanto trabalhava de segurança privada para fazendeiros. A violência na região é investigada em um inquérito da Polícia Federal.

Ameaças e conflitos

Reportagem do Metrópoles publicada em fevereiro deste ano mostrou que o cenário é mais grave no extremo sul da Bahia, onde indígenas Pataxó invadiram propriedades rurais reivindicando demarcação, processo denominado “retomada”.

A situação na região é tão tensa, que fazendeiros chegam a sugerir ameaças em programas de rádio e na internet.

“É uma bomba relógio prestes a explodir. Tem gente aí que já está com os nervos à flor da pele e, uma hora, em um momento de loucura, pode acontecer algo pior. Pode acontecer, como já aconteceu e poderá acontecer, caso não tomem as devidas providências”, declarou o radialista Carlos Brito em um programa no programa Café Rural, transmitido pela Rádio 99,7 FM.

Na época, integrantes do movimento indígena pediram a presença da Força Nacional (FN) na região, mas o governador petista Jerônimo Rodrigues negou a ajuda. A atuação da FN depende da aceitação do governo estadual.

Investigação

Em nota, o Ministério dos Povos Indígenas (MPI) lamentou a morte de Lucas Kariri-Sapuyá e informou que vai acompanhar as investigações para que os responsáveis pelo homicídio sejam responsabilizados.

Já a Secretaria de Segurança Pública da Bahia informou que as investigações estão sendo realizadas por equipes da 6ª Coordenadoria Regional de Polícia do Interior (Coorpin).

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