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Líder de greve ambiental trabalha em gabinete do governo no Senado

Cleberson Zavaski é cedido a gabinete do governo no Senado e dirige entidade que representa os servidores ambientais

atualizado

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Zeca Ribeiro / Câmara dos Deputados
Diretor-presidente da Ascema, Cleberson Zavaski
1 de 1 Diretor-presidente da Ascema, Cleberson Zavaski - Foto: Zeca Ribeiro / Câmara dos Deputados

Um dos coordenadores da greve ambiental dos servidores do Ibama e do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMbio) está cedido pelo Executivo à liderança do governo no Senado. Cleberson Zavaski é diretor-presidente da Associação Nacional dos Servidores da Carreira de Especialista em Meio Ambiente (Ascema Nacional) e é comissionado do gabinete da liderança desde 2021.

Mesmo se mantendo como diretor-presidente da Ascema, Zavaski explicou ao Metrópoles que a greve dos servidores ambientais é coordenada pelo Comando Nacional de Greve com representações de todos os estados. Ele negou um eventual conflito de interesses.

“Em relação a minha cessão, sou especialista em meio ambiente com ampla formação, cedido ao Legislativo desde 2021, e trato dos projetos que são afetos as questões ambientais de todas as naturezas”, disse o servidor.

Formado em engenharia agronômica, pós-graduado em educação, meio ambiente e desenvolvimento, Zavaski é servidor de carreira do governo desde 2007. Entre os cargos que já ocupou no Executivo estão o de subsecretário de Planejamento; chefe de gabinete ministerial e secretário executivo do Ministério da Pesca e Aquicultura; e diretor de planejamento da Aquicultura e coordenador de regularização Fundiária da ICMBio.

O Metrópoles procurou a Ascema Nacional para comentar o caso. A Ascema disse à reportagem em nota que a greve dos servidores é articulada de forma conjunta.

“O presidente da Ascema Nacional, analista ambiental concursado do ICMBio Cleberson Carneiro Zavaski, ressalta que a greve dos servidores é articulada de forma conjunta. Ele ressalta que, além da Ascema Nacional, respaldada pelo Conselho de Entidades, pelos sindicatos locais e pela Condsef, a mobilização é coordenada pelo Comando Nacional de Greve instituído a partir de assembleias dos servidores. O CNG é o responsável pelas atividades, reivindicações, propostas e ações da categoria no período de paralisação”, diz um trecho.

Na nota, Cleberson afirma que apesar de estar lotado no gabinete, tem direito a greve garantido.

“Cleberson afirma que, ainda que esteja cedido ao gabinete da liderança do governo no Senado, tem seu direito de greve garantido, como qualquer outro servidor comissionado.
Por outro lado, ele lembra, inclusive, que o próprio presidente Luiz Inácio Lula da Silva ressaltou, em discurso recente, que ninguém seria perseguido por reivindicar seus direitos”, finaliza a manifestação da Ascema.

O gabinete da liderança do governo no Senado também foi procurado, mas até o momento não mandou um posicionamento. O espaço segue aberto.

Greve dos servidores do meio ambiente

Na terça-feira (23/7), os servidores ambientais decidiram aceitar, parcialmente, a proposta do Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI), incluindo aumento sobre o vencimento básico, base para o cálculo de gratificações e de adicionais ocupacionais, periculosidade e insalubridade. Apesar de ter aceitado parcialmente a proposta, a categoria ainda não deliberou sobre o fim da greve.

Em carta aberta ao governo Lula (PT) enviada na terça-feira (23/7), os servidores se dizem decepcionados com a atual gestão, dizendo que ela tem se posicionado, na prática, “de maneira totalmente antagônica ao discurso”.

“Diante desse choque de realidade, resta-nos compreender que nossas expectativas foram irreais, que o discurso do governo não se alinha com sua prática e que não há um real comprometimento com o meio ambiente além dos holofotes dos fóruns globais”, diz um trecho da nota, que é assinada também pela Ascema, presidida por Zavaski.

Funcionários de órgãos federais da área entraram em greve no último dia 1º de julho, mas uma decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ) mandou suspender a mobilização após um pedido da Advocacia-Geral da União (AGU). Ainda assim, alguns setores, como o de fiscalização, mantiveram a paralisação das atividades.

No fim de junho, o Ministério da Gestão formalizou o fim da mesa de negociação com a área ambiental do funcionalismo público e a greve foi deflagrada logo depois disso.

As premissas da proposta são a ampliação sobre as classes/padrões em 20 níveis, com uma correspondência entre classes/padrões atuais e novas.

Os servidores consideraram que, embora tenha ficado muito distante da reestruturação da carreira almejada originalmente, por ora, a proposta vai evitar aumento da defasagem.

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