Letalidade da Ômicron deve ser conhecida em 3 semanas, diz Queiroga
Características da nova mutação do coronavírus devem ficar mais evidentes nas próximas semanas, afirma ministro da Saúde
atualizado
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O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, afirmou, nesta sexta-feira (7/1), que o país deve conhecer o risco de morte causado pela variante Ômicron do coronavírus nas próximas semanas.
“Vamos esperar mais três ou quatro semanas para se ter uma ideia mais definitiva com relação ao potencial de letalidade”, afirmou o cardiologista em conversa com jornalistas na sede do órgão.
De acordo com o ministro, a maior preocupação da pasta neste momento é a Região Norte. O governo estuda ações para aumentar a cobertura vacinal na área, que tem os menores índices de imunização contra a Covid do país.
“Eu tenho dito a vocês que a maior preocupação é a Região Norte, primeiro porque as coberturas vacinais são mais baixas, segundo porque o sistema de saúde é cronicamente mais frágil do que o do estado do Rio de Janeiro, do Rio Grande do Sul, aqui mesmo, o Distrito Federal”, pontuou.
Testagem
Além do estado de alerta com a disseminação da variante Ômicron, o ministro afirmou que o governo tem acompanhado o avanço da epidemia de influenza. Queiroga também pontuou que é importante aumentar a capacidade de testagem contra Covid e outras doenças respiratórias com sintomas semelhantes.
“Há a necessidade de fortalecer as ações em relação à influenza H3N2, que tem afetado também as pessoas nessa situação em que estamos vivendo hoje. Distribuir mais testes. Se critica a política de testagem do Brasil, mas o Brasil efetivamente realizou testes, a Fundação Oswaldo Cruz tem distribuído para os estados e municípios, e se for necessário ampliar a oferta desses testes nós podemos fazer sem problemas”, afirmou.
Queiroga pediu que estados e municípios aloquem recursos locais para o enfrentamento à pandemia. Na quinta-feira (6/1), o consórcio Conectar, formado por prefeitas e prefeitos de todo o país, registrou ofício endereçado ao secretário executivo do Ministério da Saúde, Rodrigo Cruz, solicitando auxílio para reforçar as redes de saúde em enfrentamento à Covid-19 e também à influenza A.
O grupo pede a implementação de política de testagem adequada, como o envio de exames de antígeno e o “suporte com estruturas fixas e móveis de testagem, na forma de equipamentos ou no financiamento para a contratação de equipes temporárias”. O ofício, assinado pelo prefeito de Florianópolis, Gean Loureiro (DEM-SC), representa mais de 2.100 municípios consorciados.
Apesar de o documento ter sido enviado ao governo federal (veja o ofício abaixo), o ministro Marcelo Queiroga afirmou que ainda não foi notificado oficialmente sobre o pedido das prefeituras.
“Não é só testar por testar, porque os testes têm custos. Cada teste desse custa cerca de U$ 3,50, e os recursos financeiros são finitos. Os municípios pedem apoio ao Ministério da Saúde, eu tenho ouvido pela imprensa. Ainda não vi nenhum documento oficial que tenha chegado ao ministério. Lembrar que o SUS é tripartite e estados e municípios devem alocar parte do seu orçamento para o enfrentamento à pandemia”, concluiu.
Veja o ofício enviado por prefeitos ao Ministério da Saúde: