Lessa teria feito Macalé desistir de plano para matar Marcelo Freixo
Trama foi revelada por Ronnie Lessa, assassino confesso da vereadora Marielle Franco, em delação premiada à Polícia Federal (PF)
atualizado
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O ex-policial militar do Rio de Janeiro Ronnie Lessa revelou, em delação premiada à Polícia Federal (PF), ter convencido o também ex-policial Edimilson Oliveira da Silva, conhecido como Macalé, a não assassinar o ex-deputado e atual presidente da Embratur Marcelo Freixo.
Lessa é o assassino confesso da vereadora Marielle Franco (PSol), executada em 2018 junto ao motorista Anderson Gomes. Em depoimentos feitos por acordo de delação premiada, o ex-policial revelou detalhes do planejamento e execução do crime, além de expor o funcionamento da rede criminosa da qual fazia parte.
Macalé foi morto em novembro de 2021 e, até hoje, as circunstâncias e motivações da morte ainda não foram esclarecidas. De acordo com Lessa, Macalé entrou em contato em 2017, antes do planejamento do assassinato de Marielle.
“Ele falou: ‘Oh, Lessa, tem como levantar o Marcelo Freixo?’. Aí eu falei: ‘Porra, Macalé, tem, mas…'”, contou o ex-PM.
Lessa fala da segurança de Freixo
O assassino de Marielle, então, tentou fazer com que Macalé desistisse do plano. “O cara tem 20 seguranças. Você tem algum amigo sniper? Porra, Macalé, você tem noção do problema que isso gera?”, rebateu Lessa.
“Nós não vamos provocar uma pessoa qualquer. A gente está provocando Marcelo Freixo. É uma coisa bem ampla, que mexe com partidos, é uma coisa muito grande, pesada”, continuou.
Macalé teria desistido do plano. “Fui tirando isso da cabeça dele. Aí, ele aceitou, não cobrou mais”, disse Lessa.
A revelação surge após o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), derrubar o sigilo da delação premiada do ex-policial militar na sexta-feira (7/6).