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Lessa: “Não fui chamado para matar, fui chamado para uma sociedade”

Ronnie Lessa foi preso em 2019 e, em 2024, revelou detalhes do assassinato de Marielle Franco por meio de uma delação premiada

atualizado

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1 de 1 ronnie lessa marielle(1) - Foto: Reprodução

O ex-policial militar Ronnie Lessa, assassino confesso da vereadora Marielle Franco (PSol) e do motorista Anderson Gomes, afirmou que, ao receber a proposta para matar a política, ele estava sendo “chamado para uma sociedade”. Ao realizar a delação premiada, Lessa comentou sobre os acordos que cercavam o crime.

O depoimento do ex-PM foi revelado pelo Fantástico neste domingo (26/5). Durante duas horas, Lessa contou às autoridades como foi feito o convite para participar do assassinato. Segundo ele, os irmãos Domingos e Chiquinho Brazão seriam os mandantes do crime.

Como pagamento pela morte da vereadora, Lessa receberia um loteamento clandestino em Jacarepaguá. “Era muito dinheiro envolvido”, disse. Ainda de acordo com o depoimento do ex-PM, o loteamento ainda serviria para angariar votos para a milícia local.

“A questão valiosa ali é a manutenção da milícia, porque a manutenção da milícia vai trazer votos. Ali, eu não fui contratado como um matador de aluguel, eu fui chamado para uma sociedade”.

Ainda durante a delação, Lessa contou que Marielle foi “colocada como uma pedra no caminho”. “Ela havia convocado reuniões justamente para falar sobre esse assunto, para que não houvesse adesão a novos loteamentos da milícica”.

Outros suspeitos

Em março deste ano, a colaboração premiada de Lessa foi homologada no Supremo Tribunal Federal. Além de Lessa, o deputado federal Chiquinho Brazão (União-RJ), o irmão dele, Domingos Brazão, conselheiro do Tribunal de Contas do Rio, e Rivaldo Barbosa, ex-chefe da Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro, estão presos por suspeita de envolvimento com o crime.

O ex-policial militar Élcio Queiroz; o ex-sargento do Corpo de Bombeiros Maxwell Simões Corrêa, o Suel; e Edilson Barbosa dos Santos, dono de um ferro-velho no Morro da Pedreira, também estão presos.

Segundo Lessa, Rivaldo recebia pagamentos desde 2017 para “auxiliar” no crime.

Crimes investigados

As investigações do delegado da PF Guilhermo Catramby, em conjunto com o Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público do Rio (MPRJ), ainda abriram o flanco para a conclusão de inquéritos que há pelo menos 12 anos continuam sem solução nos escaninhos da DHC.

Neste caso, os promotores vão prosseguir com as apurações relacionadas aos assassinatos do candidato a vereador e então presidente da Portela, Marcos Falcon, em 2016; e do contraventor Haylton Escafura, filho de José Caruzzo Escafura, o Piruinha; entre outros. Alguns deles conectados à disputa pelo domínio territorial pelas milícias e pela contravenção.

Defesas

À reportagem do Fantástico, a defesa de Rivaldo alegou que ele nunca teve contato com os mandantes do crime e que “não há um registro sequer de recebimentos de valor proveniente de ato ilícito”.

Já os advogados de Domingos Brazão afirmaram que “não existem elementos que sustentem a versão do assassino confesso”. Já o advogado de Chiquinho Brazão diz que a delação de Lessa é “desesperada criação mental na busca por benefícios”.

 

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