Lessa apelidou de “Alcione” arma para matar ex-presidente do Salgueiro
O ex-PM disse em depoimento à PF que mudou de ideia sobre a utilização da pistola no crime ao receber uma submetralhadora MP5
atualizado
Compartilhar notícia
O ex-policial militar Ronnie Lessa, assassino confesso da vereadora Marielle Franco, teria apelidado uma pistola de “Alcione”. O armamento, conforme depoimento de Lessa à Polícia Federal (PF), seria utilizado para consumar o hominídio da ex-presidente do Acadêmicos do Salgueiro, Regina Celi.
Lessa disse aos investigadores que tinha reservado para o homicídio de Regina uma pistola Glock calibre 40. “Eu apelidei de Alcione por ela ser marrom na parte de 114 polímero dela, então, eu coloquei o apelido dela de Alcione”, relatou em depoimento em agosto do ano passado.
O ex-PM, porém, mudou de ideia sobre a utilização do armamento ao receber a submetralhadora MP5. Com isso, Lessa passou a planejar o emprego da submetralhadora tanto no crime contra Marielle quanto no crime contra Celi.
“A única pessoa que sabia que eu estaria empregando ela era o Edmilson Macalé. Ele também estava nas duas missões”, relatou. “Ninguém saberia realmente, não chamaria atenção, operacionalmente falando seria bem melhor a utilização dela”, complementou.
Conforme realtório da PF, anteriormente divulgado, Lessa teria sido contratado para o crime contra a presidente do Salgueiro pelo contraventor Bernardo Bello, por meio de Edmilson da Silva Oliveira, o Macalé, assassinado em 2021.
O ex-PM monitorou Regina Celi com o mesmo Chevrolet Cobalt prata usado no dia do crime de Marielle. O assassinato não teria ocorrido por “problemas de logística”.
Moraes retira sigilo
Em decisão nesta sexta-feira (7/6), o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou o levantamento do sigilo do acordo de delação premiada do ex-PM. O magistrado ainda decidiu pela transferência do ex-policial militar Ronnie Lessa ao Complexo Penitenciário de Tremembé, em São Paulo.
Marielle Franco era vereadora da cidade do Rio de Janeiro pelo PSol, e foi morta a tiros em março de 2018. O carro em que ela estava foi atingido por 13 disparos, que também mataram o motorista Anderson Pedro Gomes e feriram uma assessora da política.