Leniel escreve para o filho, Henry Borel: “Papai permanecerá na luta”
Defesa de Dr. Jairinho, réu pela morte do enteado, pediu a revogação da prisão preventiva. “Pedimos justiça pelo Henry”, apela Leniel
atualizado
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Rio de Janeiro – A saudade motivou Leniel Borel, pai do menino Henry Borel Medeiros, de 4 anos, a escrever uma mensagem para o filho nas redes sociais na madrugada desta quarta-feira (7/5). Henry foi morto no dia 8/3, no apartamento em que morava com a mãe, a professora Monique Medeiros, e o padrasto, o vereador cassado e médico suspenso Jairo Souza Santos Júnior, o Dr. Jairinho.
“Ó Deus, a quem louvo, pedimos justiça pelo Henry. Mãos que derramaram sangue inocente ainda permanecem em autodefesa, com mentiras e indiferença do brutal assassinato que cometeram quatro meses atrás”, escreveu Leniel.
Nesta terça-feira, a defesa de Dr. Jairinho, réu pela morte do enteado, pediu a revogação da prisão preventiva. Ele e Monique estão presos desde 8 de abril, por tortura e pelo homicídio, triplamente qualificado, de Henry, além de responderem por fraude processual e coação no curso do processo.
Lembranças vivas
No texto, Leniel diz que tudo lembra o filho e que nada vai trazê-lo de volta. “Em minha mente e em meu coração, você ainda está aqui comigo. Não importa o que eu faça, meu pensamento sempre estará em você”, escreveu. “Achei que conseguiria suportar essa saudade, mas não tenho forças suficientes para isso. Viver sem você é uma luta diária, e eu preciso vencer a cada dia uma batalha diferente”, continuou.
Junto com o lamento, Leniel renova a promessa de lutar por justiça e pela punição dos acusados do crime: “Papai permanecerá na luta por justiça por você aqui na terra. As mentiras destes que deveriam lhe proteger não prevalecerão em nenhum tribunal.”
Defesa
O advogado de Dr. Jairinho, Braz Sant’Anna, entregou a defesa do ex-vereador no dia 3/7. O documento ainda vai ser analisado pela juíza do caso. A defesa do ex-vereador alega que o inquérito e sua prisão foram baseados no clamor da mídia, de forma “açodada e tendenciosa”. O documento também tenta desqualificar Monique Medeiros e os argumentos dela, detalhados em carta, de que ela teria sido enveredada em uma trama criada por Jairinho. A defesa dele fala em frieza e ambição da ex-professora.
Além da morte de Henry, Jairinho também foi denunciado outras três vezes pelo Ministério Público – duas por torturar filhos de ex-namoradas e uma por violência doméstica. Formado em medicina, Jairinho foi interditado pelo Conselho Regional de Medicina do RJ e se tornou o primeiro vereador da história do Rio de Janeiro a ter o mandato cassado na Câmara por quebra de decoro parlamentar.