metropoles.com

Leilão de privatização das distribuidoras de energia mobiliza governo

O presidente da Câmara se comprometeu a votar a urgência da proposta na terça-feira (19/6), e o projeto de lei na quarta (20/6)

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
Michael Melo/Metrópoles
Michael Melo/Metrópoles
1 de 1 Michael Melo/Metrópoles - Foto: Michael Melo/Metrópoles

A proposta de privatização das seis distribuidoras estaduais de energia administradas pela Eletrobrás entra numa semana decisiva e ainda preocupa o governo. Mesmo com a publicação do edital de venda das empresas na sexta-feira (15/6) e a licitação marcada para o dia 26 de julho, há uma série de etapas a serem cumpridas envolvendo o Congresso Nacional e os acionistas da Eletrobrás.

Há receio com a desmobilização dos deputados, pois a janela de votações ficou menor com o início da Copa do Mundo. Além disso, o evento coincide com as festas juninas e será sucedido pelo recesso parlamentar e período eleitoral.

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), se comprometeu a votar a urgência da proposta na terça-feira (19/6), e o projeto de lei na quarta-feira (20/6). A aprovação do texto é fundamental para garantir a atratividade da distribuidora de energia do Amazonas, pois ele garante que pendências da empresa não vão se transformar em dívidas a serem assumidas pelo novo concessionário.

Porém, a prorrogação do prazo de prestação temporária de serviços das distribuidoras pela Eletrobrás, de 31 de julho para 31 de dezembro, conforme portaria publicada pelo Ministério de Minas e Energia na sexta-feira (15), causa temor pela possibilidade de ser interpretada como uma postergação do leilão.

Para não restar dúvidas, a Eletrobrás publicou comunicado em que ressalta que essa prorrogação precisa, necessariamente, ser referendada pelo voto dos acionistas, em assembleia ainda a ser marcada.

Para haver concretização dos planos do governo, todas as etapas precisam ser cumpridas num prazo apertado: em menos de 45 dias. Será preciso que diretoria, Conselho de Administração e Assembleia de Acionistas aprovem essa prorrogação.

No limite, caso o Congresso Nacional indique não aprovar o projeto nos próximos dias, os acionistas podem decidir votar contra a prorrogação até 31 de dezembro e concluir que é mais barato liquidar as empresas que não forem vendidas no leilão. Nessa hipótese de liquidação, as empresas seriam extintas e todos os empregados seriam demitidos.

O governo quer deixar claro aos deputados a inevitabilidade da liquidação caso não haja investidores interessados em comprar as empresas no dia 26 de julho assim como a necessidade de aprovação do projeto de lei, para viabilizar o leilão.

Amazonas
O governo avalia que a venda das distribuidoras dos estados Acre, Roraima, Rondônia, Alagoas e Piauí deve ocorrer sem problemas, mas há dúvidas em relação à Amazonas Energia, a mais endividada e maior geradora de prejuízos à Eletrobrás. Por isso, o edital de licitação prevê a possibilidade de deslocar o prazo de venda das empresas.

Para validação dos efeitos do projeto, ele precisa ser aprovado na Câmara e no Senado e, depois, sancionado pelo presidente Temer. Como ainda não há uma estimativa de aprovação do projeto no Senado, já que ele nem saiu da Câmara, é possível postergar-se a licitação da Amazonas Energia em um ou dois meses. No entanto, os técnicos envolvidos nas negociações com deputados também já estão conversando com os senadores para sensibilizá-los sobre essa urgência.

Temor
O governo tem centrado esforços para realizar a licitação para a venda das seis distribuidoras de energia administradas pela Eletrobrás ainda este ano. Mas é preciso convencer os acionistas da companhia sobre a prorrogação do período de gestão da Eletrobrás até 31 de dezembro ser o melhor cenário e que a venda da distribuidora Amazonas Energia, caso a primeira tentativa não seja bem sucedida, vai necessariamente ocorrer no segundo semestre deste ano.

O receio é que os acionistas não acreditem no poder de convencimento do governo junto aos parlamentares e decidam votar pela liquidação das empresas que não forem vendidas.

Para o mercado, no entanto, a incerteza é outra: não se sabe se o próximo presidente da República, a ser escolhido nas eleições de outubro, vai manter a disposição de privatizar as distribuidoras de energia.

Por isso, a oportunidade para a venda dessas distribuidoras de energia pode ser encerrada no fim deste ano, antes do começo do novo governo.

Quais assuntos você deseja receber?

Ícone de sino para notificações

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

Ícone de ajustes do navegador

Mais opções no Google Chrome

2.

Ícone de configurações

Configurações

3.

Configurações do site

4.

Ícone de sino para notificações

Notificações

5.

Ícone de alternância ligado para notificações

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comNotícias Gerais

Você quer ficar por dentro das notícias mais importantes e receber notificações em tempo real?