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Leilão da Cedae prevê saneamento de áreas dominadas por milícia no Rio

Bloco 3 inclui bairros da zona oeste do Rio e mais 20 cidades. Leilão acontecerá nesta quarta-feira (29/12), na Bolsa de Valores de SP

atualizado

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Luis Alvarenga/Divulgação Governo do Estado do RJ
Estação de tratamento de água Guandu, da Cedae, no Rio de Janeiro
1 de 1 Estação de tratamento de água Guandu, da Cedae, no Rio de Janeiro - Foto: Luis Alvarenga/Divulgação Governo do Estado do RJ

Rio de Janeiro – Depois de oito meses de espera, o último bloco do leilão da Companhia Estadual de Águas e Esgotos do Rio de Janeiro (Cedae) será realizado nesta quarta-feira (29/12).

O chamado bloco 3 engloba 20 cidades do estado e mais 22 bairros da zona oeste carioca. As obras de saneamento, previstas na negociação, têm pela frente um desafio adicional no trecho mencionado da cidade do Rio: a presença de milícias.

Dentro do conjunto a ser leiloado estão áreas em comunidades controladas por milicianos, que operam como um poder paralelo e controlam inclusive intervenções urbanas, assim como o acesso de empresas prestadoras de serviços.

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Cedae, empresa que fornece água para vários municípios do Rio de Janeiro
Estação de tratamento de água Guandu, da Cedae, no Rio de Janeiro
Leilão da Cedae será finalizado agora no fim de 2021, depois de idas e vindas
Cedae foi separada em quatro blocos em dois leilões
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Governador do RJ, Cláudio Castro, no leilão de concessão da Cedae

Rogério Santana/Divulgação Governo do Estado do RJ
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Cedae, empresa que fornece água para vários municípios do Rio de Janeiro

Tomaz Silva/Agência Brasil
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Estação de tratamento de água Guandu, da Cedae, no Rio de Janeiro

Luis Alvarenga/Divulgação Governo do Estado do RJ
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Leilão da Cedae será finalizado agora no fim de 2021, depois de idas e vindas

Luis Alvarenga/Divulgação Governo do Estado do RJ
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Cedae foi separada em quatro blocos em dois leilões

Divulgação

Com saneamento básico precário e um alto índice de insegurança, a área que contempla bairros como Campo Grande, Bangu, Guaratiba e Santa Cruz vive um crescimento desordenado há décadas.

Além dos loteamentos irregulares e favelas, o surgimento dos grupos de milicianos prejudicou a chegada dos serviços de água e esgoto à população desta região, que soma 1,8 milhão de pessoas. Nessa localidade, ocorre a degradação da Baía de Sepetiba – ainda mais negligenciada do que a Baía de Guanabara.

O domínio das milícias se tornou um obstáculo para todas as prestadoras de serviços públicos, além de saneamento básico, como as fornecedoras de energia elétrica e gás natural. São recorrentes os furtos de equipamentos, como no caso das bombas usadas pela Cedae.

Outra questão sensível é a segurança dos funcionários para resolver problemas corriqueiros, como rompimentos de tubulações e vazamento de água e esgoto.

Em grande parte dessas comunidades, o acesso de técnicos acaba vetado pelas milícias, o que impede a conclusão de eventuais reparos solicitados pelos clientes.

Último leilão

A nova concessionária será conhecida nesta quarta-feira (29/12), às 14h, quando acontece o leilão remanescente da Cedae na Bolsa de Valores (B3), em São Paulo.

A outorga mínima a ser desembolsada pela empresa vencedora é de R$ 1,16 bilhão para os próximos 35 anos. Mas os desafios serão significativos, principalmente pelos problemas existentes na Área de Planejamento 5 (AP5) da capital.

“Eu tinha dito que daria R$ 3 bilhões na segunda fase do leilão, mas tomamos a decisão que não valeria a perspectiva de outorga, mas a quantidade de mais pessoas atendidas. Nós deixamos todos os municípios que quiseram entrar no bloco, inclusive os mais deficitários. Agora, teremos 2,7 milhões de beneficiários”, disse o governador Cláudio Castro.

O primeiro leilão arrecadou R$ 22,6 bilhões com três dos quatro blocos. O bloco 1 e 4 ficaram com o consórcio Aegea, que pagou R$ 15,403 bilhões pelas áreas atendidas. A empresa já assumiu o fornecimento em agosto.

Já o bloco 2 ficou com o consórcio Iguá, que venceu com lance de R$ 7,286 bilhões. A companhia assume o compromisso em fevereiro de 2022.

Sem propostas

No primeiro leilão, em 30 de abril, o bloco 3 abrangia parte da zona oeste da capital fluminense e apenas seis outros municípios: Piraí, Rio Claro, Itaguaí, Paracambi, Seropédica e Pinheiral. Só que não houve propostas mesmo com a menor outorga do leilão, de R$ 908 milhões.

Agora, mais 14 cidades passaram a compor o bloco: Bom Jardim, Bom Jesus do Itabapoana, Carapebeus, Carmo, Itatiaia, Macuco, Natividade, Rio das Ostras, São Fidélis, São José de Ubá, Sapucaia, Sumidoro, Trajano de Moraes e Vassouras.

Investimento de R$ 4,7 bilhões

De acordo com o Governo do Rio, nesta etapa, o projeto prevê R$ 4,7 bilhões de investimentos para universalizar os serviços de saneamento nos 21 municípios que participam do bloco, com cerca de 2,7 milhões de pessoas beneficiadas.

Ainda estão previstos R$ 13,6 bilhões de investimentos em operação e manutenção ao longo de 35 anos.

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