PF prende por tráfico internacional doleiro que delatou na Lava Jato
São cumpridos mandados no Distrito Federal, Rio de Janeiro, Pernambuco, Ceará, Paraíba, Mato Grosso do Sul e São Paulo
atualizado
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A Polícia Federal cumpre, nesta terça-feira (15/5), 26 mandados, sendo cinco de prisão preventiva, três de temporária e 18 de busca e apreensão. A operação ocorre no Distrito Federal, Rio de Janeiro, Pernambuco, Ceará, Paraíba, Mato Grosso do Sul e em São Paulo. Os alvos são doleiros e operadores financeiros que atuam na lavagem de dinheiro para o tráfico internacional de drogas.
Na capital do país, a ação, batizada de Efeito Dominó, cumpriu dois mandados de busca e apreensão e um de prisão preventiva. De acordo com a PF, a operação mira uma “complexa e organizada estrutura” baseada na ligação de interesses das atividades ilícitas dos “clientes dos doleiros”. Os traficantes internacionais tinham disponibilidade de recursos em moeda nacional e necessitavam de dólares para fazer as transações internacionais com fornecedores de cocaína.
Na ocasião, a Polícia Federal desarticulou uma enorme estrutura estabelecida para o tráfico internacional de drogas, comandada por Luiz Carlos da Rocha, conhecido como Cabeça Branca. Ele é reconhecido como um dos maiores traficantes de entorpecentes da América do Sul com conexões em dezenas de países.
Entre os presos desta manhã, está o doleiro Carlos Alexandre, mais conhecido por Ceará. Alvo da Lava Jato, ele fechou acordo de delação com a Procuradoria-Geral da República (PGR), mas voltou às atividades ilegais, segundo a PF.
“As investigações demonstram robustos indícios acerca do modus operandi da organização criminosa, consistente na convergência de interesses das atividades ilícitas dos clientes dos doleiros investigados, pois, de um lado, havia a necessidade de disponibilidade de grande volume de reais em espécie para o pagamento de propinas e de outro, traficantes internacionais, como Luiz Carlos da Rocha possuíam disponibilidade de recursos em moeda nacional e necessitavam de dólares para efetuar as transações internacionais com fornecedores de cocaína”, informou a PF.
Efeito cascata
A denominação Efeito Dominó é uma alusão ao fato de existir um efeito em cascata no tráfico internacional de entorpecentes, pois, por se tratar de crime que visa lucro, os recursos ilícitos amealhado, especialmente no vultoso volume identificado nesta operação, necessitam de forte estrutura de lavagem de dinheiro, consistentes na movimentação de recursos em espécie no país com a intervenção de operadores financeiros.
A referência também se baseia no reconhecimento dos procedimentos sobrepostos de lavagem de dinheiro identificados, sempre com o objetivo de ocultar a origem e o real beneficiário dos recursos provenientes do tráfico internacional de drogas. Os presos serão conduzidos para a Superintendência da Polícia Federal em Curitiba, onde permanecerão à disposição da Justiça Federal.
Veja os locais onde a PF busca os alvos:
Brasília — 2 mandados de busca e apreensão e 1 mandado de prisão preventiva
Rio de Janeiro — 4 mandados de busca e apreensão e 1 mandado de prisão temporária
Maricá (RJ) — 1 mandado de busca e apreensão
João Pessoa (PB) — 1 mandado de busca e apreensão e 1 mandado de prisão preventiva
Cabedelo (PB) — 1 mandado de busca e apreensão
Recife (PE) — 3 mandados de busca e apreensão e 2 mandados de prisão preventiva
Fortaleza (CE) — 1 mandado de busca e apreensão e 1 mandado de prisão temporária
Campo Grande (MS) — 1 mandado de busca e apreensão e 1 mandado de prisão preventiva
Amambai (MS) — 1 mandado de busca e apreensão
Dourados (MS) — 1 mandado de busca e apreensão e 1 mandado de prisão temporária
São Paulo (SP) — 2 mandados de busca e apreensão (Com informações da Agência Estado)