Lava Jato: primeira operação da PF de 2018 mira concessão de rodovias
Desde 2014, o esquema no setor para beneficiar políticos está sendo investigado pela Polícia Federal e Ministério Público Federal
atualizado
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Equipes da Polícia Federal estão nas ruas nesta quinta-feira (22/2) na primeira operação da Lava Jato em 2018. O alvo, desta vez, é um esquema de propina na área de concessão de rodovias. Trata-se da 48ª fase da Lava Jato. Estão sendo cumpridos sete mandados de prisão temporária e outros 50 de busca e apreensão, nos estados do Paraná, Santa Catarina, São Paulo e Rio de Janeiro.
Entre as concessões investigadas estão as rodovias federais do Paraná que fazem parte do Anel da Integração.
Segundo as investigações, houve o uso das estruturas de lavagem de dinheiro reveladas na Operação Lava Jato para operacionalizar os recursos ilícitos pagos a agentes públicos, principalmente por meio dos operadores financeiros Adir Assad e Rodrigo Tacla Duran.
Uma das concessionárias, informou a PF, teria se utilizado dos serviços de Assad e Duran para operacionalizar, ocultar e dissimular valores oriundos de atos de corrupção. Entre os serviços prestados por esses operadores estaria o pagamento de vantagens indevidas a agentes públicos do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), do Departamento de Estradas de Rodagem no Paraná (DER-PR) e da Casa Civil do Governo do Estado do Paraná. O diretor-geral do DER-PR, Nelson Leal, foi preso. Os federais também cumpriram mandado de busca e apreensão no Palácio do Iguaçu, sede do governo do Paraná, no gabinete de Carlos Nasser, funcionário com cargo em comissão da Casa Civil.
A ação tem por objeto a apuração de crimes de corrupção, fraude a licitações e lavagem de ativos. As ordens judiciais foram determinadas pela 13ª Vara Federal de Curitiba (PR).
As irregularidades no setor de concessão de rodovias foram delatadas pelo ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa, ainda em agosto de 2014.
De acordo com ele, obras em ferrovias e aeroportos também integrariam o esquema envolvendo políticos da base do governo, em especial o PT, MDB e PP.
Discriminação dos mandados:
MBA – Mandado de busca e apreensão
MPP – Mandado de prisão preventiva
MPT – Mandado de prisão temporária
PARANÁ
Campina Grande do Sul/PR
1 mandado de busca e apreensão
São José dos Pinhais/PR
1 mandado de busca e apreensão
1 mandado de prisão temporária
Pinhais/PR
1 mandado de busca e apreensão
Curitiba/PR
18 mandados de busca e apreensão
2 mandados de prisão temporária
Toledo/PR
1 mandado de busca e apreensão
Matinhos/PR
01 mandado de busca e apreensão
Pontal do Paraná/PR
1 mandado de busca e apreensão
Ibiporã/PR
2 mandados de busca e apreensão
Jataizinho/PR
3 mandados de busca e apreensão
Londrina/PR
9 mandados de busca e apreensão
3 mandados de prisão temporária
Paranavaí/PR
2 mandados de busca e apreensão
SANTA CATARINA
Balneário Camboriú/SC
3 mandados de busca e apreensão
RIO DE JANEIRO
Rio de Janeiro/RJ
1 mandado de busca e apreensão
SÃO PAULO
São Paulo/SP
6 mandados de busca e apreensão
1 mandado de prisão temporária
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