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Lava Jato: polícia faz ação contra fraudes em Furnas e mira em Cunha

A operação, denominada Barão Gatuno, se baseia na delação premiada do senador cassado Delcídio do Amaral (PT-MS)

atualizado

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Polícia Civil do Rio de Janeiro
1 de 1 Polícia Civil do Rio de Janeiro - Foto: ALESSANDRO BUZAS/FUTURA PRESS/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO

Policiais civis cumprem nesta quinta-feira (8/7) 33 mandados de busca e apreensão, no Rio de Janeiro e em São Paulo, para investigar esquema de corrupção e lavagem de dinheiro na empresa de energia Furnas. As fraudes teriam ocorrido em contratos firmados pela subsidiária da estatal Eletrobras na compra de ações da Usina Hidrelétrica Serra do Facão, em Goiás. O responsável seria o ex-presidente da Câmara e deputado cassado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) — que está preso.

A operação, denominada Barão Gatuno, se baseia na delação premiada do senador cassado Delcídio do Amaral (PT-MS), durante as investigações da Operação Lava Jato. A ação investiga superfaturamento que pode ter lesado os cofres de Furnas em cerca de R$ 80 milhões. A suspeita é de que Cunha tenha incluído uma emenda em medida provisória que tramitava no Congresso por encomenda, em 2007. Segundo os investigadores, “há fortes indícios” dos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro.

Em seus depoimentos, Delcídio falou sobre a ligação da atual diretoria de Furnas a Cunha (PMDB-RJ) e a relação do peemedebista com o operador financeiro Lúcio Funaro — que também está preso.

De acordo com o jornal O Estado de S. Paulo, Cunha foi o responsável por alterar a legislação do setor energético, em 2007 e 2008, para beneficiar seus interesses e os de Funaro, com a relatoria de medidas provisórias (396/2007 e 450/2008) que favoreceram a empresa Serra da Carioca II, à época em que um indicado de Cunha ocupava a presidência da subsidiária.

A atuação de Cunha teria permitido que Furnas comprasse, em 2008, as ações da Serra da Carioca II, que era sócia da estatal, em um consórcio para construção da Usina Hidrelétrica Serra do Facão, em Goiás. Em auditoria, a Controladoria-Geral da União (CGU) apurou vantagens para a empresa que não eram usualmente verificadas em negociações do mercado privado.

Os mandados de busca e apreensão foram expedidos pela Justiça estadual e estão sendo cumpridos pela Delegacia Fazendária, responsável pela investigação do esquema, com o apoio de 15 delegacias e da Coordenadoria de Combate à Corrupção do Laboratório de Tecnologia e Lavagem de Dinheiro da Polícia Civil do Rio.

Também apoia a operação a Polícia Civil de São Paulo, já que alguns mandados estão sendo cumpridos no estado.

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