Lava Jato: ex-secretário de Cabral e delegado são presos pela PF
Eles são acusados de fraudar projeto de fornecimento de pão no sistema penitenciário do Rio de Janeiro. Outras cinco pessoas já foram presas
atualizado
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A Polícia Federal cumpre mandados de prisão, busca e apreensão nesta terça-feira (13/3) contra fraudes no sistema penitenciário do Rio de Janeiro, ocorridas na gestão do ex-governador Sérgio Cabral. A Operação Pão Nosso, um desdobramento da Lava Jato, prendeu, até o momento, pelo menos sete pessoas.
Entre os alvos, estão o delegado Marcelo Luiz Santos Martins, atual Diretor-Geral de Polícia Especializada, o coronel César Rubens de Carvalho, ex-secretário de Administração Penitenciária (Seap). Ambos foram presos. A corporação cumpre, no total, 16 mandados de prisões preventiva e temporária.
O grupo é acusado de formação de quadrilha, lavagem de dinheiro e corrupção, além de apropriação de dinheiro público (peculato) e fraude de licitação. O Ministério Público Federal (MPF) aponta o desvio de R$ 73 milhões dos cofres públicos.De acordo com as investigações, Marcelo Martins teria recebido (antes de assumir o atual cargo), mesada no esquema de fraudes. Conforme auditoria do Tribunal de Contas do Estado, a Seap pagava duas vezes pelo pão fornecido aos presos. Um contrato era para fornecer e outro, destinado a comprar os ingredientes.
A fraude foi descoberta em maio do ano passado. O projeto era um incentivo a presos interessados em trabalhar na padaria em troca da redução da pena. Porém, os investigadores suspeitam que o benefício foi concedido até a detentos que não prestaram serviço.