metropoles.com

Lava Jato: MPF denuncia ex-presidente do BB e Petrobras por corrupção

Aldemir Bendine é acusado de receber R$ 3 milhões em propina da Odebrecht e exigir mais R$ 17 milhões enquanto dirigia a petrolífera

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
Filipe Araújo/Estadão
Bendine
1 de 1 Bendine - Foto: Filipe Araújo/Estadão

O Ministério Público Federal (MPF) denunciou o ex-presidente do Banco do Brasil e da Petrobras Aldemir Bendine. Também são acusados os empresários Marcelo Odebrecht e Fernando Reis, os operadores André Gustavo e Antonio Carlos Vieira da Silva e o doleiro Álvaro Novis. Os crimes atribuídos ao grupo são corrupção passiva, corrupção ativa, lavagem de dinheiro e organização criminosa.

A força-tarefa da Operação Lava Jato encontrou e-mails que indicam que Bendine tentou favorecer o Grupo Odebrecht dentro da estatal petrolífera, após acerto de propina de R$ 17 milhões. O material faz parte da denúncia criminal contra ele, apresentada nesta terça-feira (23/8).

O procurador da República Athayde Ribeiro Costa afirmou que Bendine tentou internamente na Petrobras liberar negócios para o Estaleiro Enseada Paraguaçu, do Grupo Odebrecht.

“Em contrapartida às negociações e promessa de pagamento da vantagem indevida, que ao final foi paga por Marcelo Odebrecht e Fernando Reis, o denunciado Aldemir Bendine, em atendimento ao ‘quid pro quo’ (tomar uma coisa por outra), deu início a movimentações internas na Petrobras com intuito de favorecer o grupo empresarial Odebrecht”, sustenta a denúncia.

Bendine tentou interceder em favor da Odebrecht junto ao Departamento Jurídico da estatal petrolífera. O executivo pretendia que a empreiteira fosse desbloqueada de novas contratações da companhia. O ex-dirigente, no entanto, foi alertado pelo setor sobre “os riscos” do alívio à Odebrecht.

Segundo o procurador, Bendine se reuniu com o empresário Marcelo Odebrecht em 18 de maio de 2015, “ocasião em que ajustaram pagamento da propina”. O procurador citou o operador de propinas André Gustavo Vieira da Silva.

“O e-mail é de 21 de maio de 2015, poucos dias após reunião na casa de André Gustavo entre Bendine e Marcelo Odebrecht. O e-mail revela que Bendine, em razão de todo o ajuste, fez um movimento arriscado porque o Departamento Jurídico o alertou sobre a ação cautelar. Com o avanço da Lava Jato demonstrou-se muito arriscada essa atuação de Bendine, motivo pelo qual ele recuou nesses atos de ofício. O Jurídico o alertou dos riscos que a operação trazia”, disse.

Denúncia
Bendine é acusado de exigir R$ 17 milhões em propinas da Odebrecht. Segundo a investigação, ele acabou recebendo R$ 3 milhões em três parcelas de R$ 1 milhão entre junho e julho de 2015 enquanto presidia a Petrobras. Em troca teria agido em defesa dos interesses da empreiteira.

O ex-dirigente foi preso em 27 de julho na Operação Cobra, 42ª fase da Lava Jato.

O executivo esteve à frente do Banco do Brasil de 17 de abril de 2009 a 6 de fevereiro de 2015 e presidiu a Petrobras de 6 de fevereiro de 2015 a 30 de maio de 2016.

A investigação da Cobra apontou que, na véspera de assumir a presidência da Petrobras, Bendine e um de seus operadores financeiros novamente solicitaram propina a Marcelo Odebrecht e Fernando Reis. O pedido teria ocorrido para que o grupo empresarial Odebrecht não fosse prejudicado na estatal, inclusive em relação às consequências da Operação Lava Jato.

Quais assuntos você deseja receber?

Ícone de sino para notificações

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

Ícone de ajustes do navegador

Mais opções no Google Chrome

2.

Ícone de configurações

Configurações

3.

Configurações do site

4.

Ícone de sino para notificações

Notificações

5.

Ícone de alternância ligado para notificações

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comNotícias Gerais

Você quer ficar por dentro das notícias mais importantes e receber notificações em tempo real?