Lava Jato mira 45 doleiros em operação no DF e em mais quatro estados
Segundo as investigações, esquema envolvia três mil offshore em 52 países, que movimentavam US$ 1,6 bilhão
atualizado
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Em mais um desdobramento da Operação Lava Jato, a Polícia Federal cumpre, nesta quinta-feira (3/5), 45 mandados de prisão no Distrito Federal, Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Uruguai e Paraguai.
A ação, que conta com a parceria do Ministério Público Federal (MPF), tem como alvos doleiros que enviavam dinheiro para o exterior sem passar por instituições financeiras. O esquema envolve cerca de três mil offshore em 52 países, que movimentavam US$ 1,6 bilhão. As empresas eram usadas para ocultar os verdadeiros donos dos recursos. Segundo as investigações, o grupo usava até softwares para monitorar o dinheiro.
Na mira da operação está o doleiro Dário Messer, que já foi investigado nos esquemas do Banestado e do mensalão. A delação dos doleiros Vinícius Vieira Barreto Claret, o Juca Bala, e Cláudio Fernando Barbosa, o Tony, resultou na operação. Ambos trabalhavam em esquema que envolvia o ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral (MDB).A operação foi batizada de Câmbio Desligo e os mandados autorizados pela 7ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro. Estão sendo cumpridos um total de 43 ordens de prisão preventiva no Brasil e seis de prisão preventiva no exterior, quatro de prisão temporária, e 51 mandados de busca e apreensão.
Principal alvo da operação, Messer é um antigo doleiro do Rio de Janeiro que após o caso Banestado – maior escândalo de lavagem de dinheiro da história do Brasil – mudou sua banca para o Uruguai e para o Paraguai. A “Câmbio, Desligo” também cumpre mandados judiciais nos dois países.
Doleiros dos doleiros
Messer seria o nome por trás do operador Juca Bala. Ele é conhecido como “doleiro dos doleiros”. Na primeira delação de Alberto Youssef, em 2004, ele apontou Messer como um dos responsáveis por dar “cobertura de mercado” a outros operadores financeiros menores que atuavam no dólar-cabo e em outras transações para lavagem de dinheiro.
Em um depoimento dado em 2004 ao juiz Sergio Moro e aos procuradores da força-tarefa CC5, Youssef disse que naquela época eram poucos “doleiros de doleiros” no Brasil e que um deles, além do próprio Youssef, era Messer.
“Bom, um era eu, a Tupi Câmbios, a Acaray, Câmbio Real, Sílvio Anspach, o Messer do Rio, o Rui Leite e o Armando Santoni. O Antônio Pires, eu nunca negociei com ele, então, o meu relacionamento com ele era praticamente zero, eu conheço de nome, e sei com quem ele operava, mas nunca assim”, disse Youssef.
Operador de uma das contas da Beacon Hill, conta-ônibus no JP Morgan Chase, de Nova York, no qual vários doleiros brasileiros mantinham sub-contas, Messer foi um dos alvos da operação Farol da Colina, sob tutela do até então desconhecido juiz Sergio Moro. Somente na Beacon Hill, as autoridades encontraram movimentações de US$ 13 bilhões provenientes de brasileiros.
Quando os investigadores do Banestado chegaram a Messer, ele se mudou, segundo Youssef, para o Uruguai. “A mesa do Messer foi para o Uruguai, eles estão trabalhando lá com sistema de call back, o Juan Miguel que é do Integracion também está no Uruguai, também estão trabalhando com o sistema call back. Sobrou o pessoal do Rio que está lá, estão quebrados, mas ainda continuam no mercado operando um pouco”, afirmou o doleiro que deu origem à Lava Jato.
Outros doleiros
A Câmbio Desligo também lançou olhares para outros dois doleiros: Sergio Mizhay e Enrico. Segundo os agentes que participam da operação, eles integravam um sofisticado esquema para lavar dinheiro por um sistema batizado de “Bank Drop”. O primeiro foi surpreendido pelos federais em um luxuoso apartamento de Ipanema.
Às 6h02, a PF cumpriu o mandado prisão de Antônio Cláudio Albernaz Cordeiro, no centro de Porto Alegre, capital do Rio Grande do Sul. Cordeiro é acusado de ser um dos operadores da Odecrecht no contato com integrantes do governo federal. Além da detenção, os agentes federais levaram computadores e documentos da casa dele. O suspeito já havia sido preso, em 2016, na 26ª fase da Lava Jato. (Com informações da Agência Estado)
Veja a lista de todos os alvos da Operação Câmbio Desligo
Dário Messer
Marcelo Rzezinski
Roberto Rzezinski
Cláudia Mitiko Ebihara
Lígia Martins Lopes da Silva
Carlos Alberto Lopes Caetano
Sérgio Mizhray
Carlos Eduardo Caminha Garibe
Ernesto Matalon
Marco Ernest Matalon
Patrícia Matalon
Bella Kaireh Skinazi
Chaaya Moghrabi
Marcelo Fonseca de Camargo
Paulo Sérgio Vaz de Arruda
Roberta Prata Zvinakevicius
Francisco Araújo Costa Júnior
Afonso Fábio Barbosa Fernandes
Paulo Aramis Albernaz Cordeiro
Antônio Cláudio Cordeiro
Athos Roberto Albernaz Cordeiro
Suzana Marcon
Carmém Regina Albernaz Cordeiro
Cláudio Sá Garcia de Freitas
Ana Lúcia Sampaio Garcia de Freitas
Camilo de Lelis Assunção
Alexandre de Souza e Silva
Claudine Spiero
Michel Spiero
Richard Andrew de Mol Van
Raul Henrique Srour
Marco Antônio Cursini
Nei Seda
Renê Maurício Loeb
Alexander Monteiro
Henri Joseph Tabet
Alberto Cézar Lisnovetzky
Lino Mazza Filho
Carlos Alberto Braga de Castro
Rony Hamoui
Henrique Chueke
Wander Bergmann Vianna
Oswaldo Prado Sanches
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Digo Renzo Candolo
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José Carlos Maia Saliba