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Lava Jato cumpre mandados de busca e apreensão no DF, RJ e PA

Nova etapa da operação apura pagamento de propina nas obras da Hidrelétrica de Belo Monte. Ex-senador Luiz Otávio Campos é um dos alvos

atualizado

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1 de 1 Michael Melo/Metrópoles - Foto: MICHAEL MELO/METRÓPOLES

A Polícia Federal cumpre na manhã desta quinta-feira (16/2) seis mandados de busca e apreensão no Distrito Federal, Pará e Rio de Janeiro referentes a investigações da Lava Jato. Entre os alvos da operação estão os principais envolvidos no esquema de repasse de valores aos agentes políticos, que seriam, de acordo com a PF, Márcio Lobão, filho do senador Edison Lobão (PMDB-MA), e o ex-senador Luiz Otávio Campos, considerado por investigadores um apadrinhado político de Jader Barbalho (PMDB-PA).

A nova etapa da operação apura pagamento de propina a dois partidos políticos (PT e PMDB), no percentual de 1%, sobre as obras civis da Hidrelétrica de Belo Monte, no Pará, por parte das empresas integrantes do consórcio construtor (Odebrecht, Camargo Corrêa e Andrade Gutierrez).

Os nomes de Márcio Lobão e de Luiz Otávio Campos foram indicados na delação do executivo da Andrade Gutierrez Flávio Barra, que relatou pagamentos realizados pela empreiteira pelas obras da usina hidrelétrica de Belo Monte e também pela usina de Angra 3.

Segundo o ex-diretor da Andrade Gutierrez, integrante do consórcio construtor de Belo Monte, entre R$ 4 milhões e R$ 5 milhões foram repassados ao senador Edison Lobão (PMDB) pelas obras de Angra 3 e R$ 600 mil de Belo Monte. De acordo com o delator, o valor relacionado a Belo Monte foi entregue em espécie na casa de Márcio Lobão, filho do senador. Ainda em sua delação, o executivo disse que a propina em Belo Monte era de 0,5% para o PT e 0,5% para o PMDB – porcentual sobre o valor do contrato.

Organização criminosa
Os investigados, na medida de suas participações, poderão responder pelos crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa. Os mandados foram autorizados pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Edson Fachin, relator da Lava Jato. As buscas desta quinta são feitas nas residências e escritórios de trabalho dos alvos, suspeitos de fazerem o repasse de valores aos políticos que estão na mira do inquérito.

No inquérito, são investigados, além de Lobão e Barbalho, os senadores Renan Calheiros (PMDB-AL), Romero Jucá (PMDB-RR) e Valdir Raupp (PMDB-RO). Procuradoria-Geral da República e Polícia Federal investigam, neste inquérito, se foi feito pagamento de propina de 1% sobre o valor dos contratos assinados pelas obras de Belo Monte a partidos políticos envolvidos na liberação do projeto da hidrelétrica no Pará.

A suspeita é de que as empresas que integram o consórcio responsável pela obra fizeram o pagamento. Lobão é hoje o atual presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) no Senado, responsável por sabatinar o novo ministro do STF e também o futuro procurador-geral da República.

A nova etapa foi batizada de Leviatã, em referência ao filósofo político Thomas Hobbes, que afirmou que o “homem é o lobo do homem”, comparando o Estado a um ser humano artificial criado para sua própria defesa e proteção, pois se continuasse vivendo em Estado de Natureza, guiado apenas por seus instintos, não alcançaria a paz social.

Histórico
O ex-senador Luiz Otávio Campos ocupou cargos de destaque no governo Temer e na gestão da ex-presidente Dilma Rousseff. Ele secretário-executivo do Ministério da Integração Nacional, o segundo cargo mais importante na hierarquia da pasta, em parte da interinidade de Temer à frente do Palácio do Planalto.

O ex-senador foi exonerado do cargo em decreto assinado pelo presidente e pelo filho de Jader, o ministro Helder Barbalho, em portaria publicada em 23 de junho no Diário Oficial da União (DOU). Não ficou sem emprego. No mesmo dia, outra publicação no DOU, assinada pelo ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, o nomeou para exercer o cargo de assessor especial do Ministério dos Transportes. Luiz Otávio foi exonerado deste último cargo em 6 de janeiro deste ano.

O ex-senador também já ocupou cargos de relevo na administração petista. Ele já ocupou a secretaria-executiva da extinta Secretaria Especial de Portos no governo Dilma, comandada por Helder Barbalho.

Pouco antes do afastamento temporário de Dilma do Planalto, a petista enviou ao Senado uma mensagem para nomear Luiz Otávio diretor-geral da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq). Temer, contudo, retirou a indicação dele ao cargo no início de junho passado.

(Com informações da Agência Estado)

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