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Lava Jato: CNJ considera conduta “gravíssima” e mantém Appio afastado

Decisão do TRF-4 determinou o afastamento do então juiz da Lava Jato, em maio. O corregedor Nacional de Justiça indeferiu recurso de Appio

atualizado

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Reprodução/Justiça Federal
Foto colorida do juiz Eduardo Appio, afastado da Lava Jato - Metrópoles
1 de 1 Foto colorida do juiz Eduardo Appio, afastado da Lava Jato - Metrópoles - Foto: Reprodução/Justiça Federal

O corregedor Nacional de Justiça, ministro Luís Felipe Salomão, manteve o afastamento cautelar do juiz federal Eduardo Appio, responsável pela Operação Lava Jato, em Curitiba, mas fora das funções devido à investigação contra ele. Salomão ressalta que “conduta gravíssima” do juiz justifica a manutenção do afastamento. A decisão deve ser comunicada ao Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) em até cinco dias.

O ministro ainda indeferiu pedido dos advogados de Appio para que o caso fosse julgado pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ), e não pelo TRF-4.

“Constata-se a gravidade das condutas praticadas, na medida em que a conduta do magistrado investigado aparenta configurar possível ameaça a desembargador daquela Corte, havendo ainda elementos que apontam que o investigado se utilizou de dados e informações constantes do sistema eletrônico de Justiça Federal para aquela finalidade, passando-se por servidor do Tribunal”, diz Salomão na decisão.

O ministro considerou que o uso dessas informações para constranger ou intimidar desembargador do tribunal representa, por si só, em tese, “conduta gravíssima e apta a justificar o afastamento provisório e cautelar do magistrado sob investigação”.

Afastamento

Em maio, a Corte Especial Administrativa do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) decidiu, por maioria, pelo afastamento cautelar do juiz da Operação Lava Jato Eduardo Appio, da 13ª Vara de Curitiba (PR).

O TRF-4 realizou o julgamento levando em consideração um processo presente na Corregedoria Regional que investiga responsabilidade de Appio sobre acesso a um número de telefone supostamente utilizado para ameaçar um desembargador federal.

A medida foi tomada após perícia constatar alta probabilidade de ter sido o magistrado a fazer uma ligação telefônica, com ID não identificado, ao filho do desembargador Marcelo Malluceli. Isso porque o jovem, o advogado João Eduardo Malucelli, gravou um vídeo do momento em que recebeu a chamada, que classificou como de tom ameaçador. João Eduardo é sócio de Sergio Moro, senador e ex-juiz da Lava Jato.

A defesa de Appio apresentou pedido ao corregedor Nacional de Justiça, Luís Felipe Salomão, para que ele suspendesse a determinação liminar que o afastou nesta semana da 13ª Vara Federal de Curitiba, responsável pelos processos da Operação Lava Jato. Salomão negou.

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