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Lava Jato: Aldo Vendramin é liberado na Itália e volta ao Brasil

Após 100 dias preso, o empresário ex-procurado pela Interpol não recebeu acusações que o mantivessem preso

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1 de 1 aldo vendramin - Foto: Reprodução

Após ser solto na Itália, o empresário Aldo Vendramin, dono da Consilux Tecnologia, voltou ao Brasil e, desde então, segue em liberdade. Ele cumpriu 100 dias de prisão preventiva, a pedido da justiça venezuelana, que acusava o empresário por crimes de corrupção, mas como não foram apresentadas provas contra ele, foi liberado e enviado de volta ao país de origem.

O governo venezuelano incluiu o nome do acusado na lista de procurados da Interpol. Apesar de responder no país sul-americano, Aldo cumpria pena na Itália devido ao tratado judiciário entre as duas nações. O empresário ficou detido no aguardo de um documento venezuelano, que não chegou.

Aldo chegou a ser investigado pela Operação Lava Jato. Ele contou que, em 2011, procurou José Dirceu para garantir acesso privilegiado ao então presidente da Venezuela, Hugo Chávez, e assim evitar atraso no pagamento por serviços prestados. A empresa Consilux fechou contratos e aditivos de US$ 416 milhões com o país para erguer casas populares, na versão venezuelana do programa Minha Casa, Minha Vida. Pela consultoria, também com base na entrevista do empresário, a Consilux pagou R$ 1,22 milhão a José Dirceu.

De acordo com uma das advogadas de defesa, Renata Bueno, Aldo desconhecia o processo que já corria na justiça há pelo menos dez anos. “Foi muito complicado, com uma especie de extorsão do ex-parceiro local, que tinha contratos com o governo venezuelano, dando a entender que ele não teria cumprido com algumas questões de repasse”, informou.

Porém, mesmo que a fase investigativa não tenha avançado, o empresário ficou sob cárcere longe do país natal por 100 dias. Dessa forma, um grupo de advogados tem se ocupado para denunciar a justiça venezuelana por manter um acusado sem provas na prisão. Segundo Bueno, o sistema judiciário não poderia responder pelo erro, pois estava apenas cumpria um acordo encabeçado pela Venezuela.

“O governo venezuelano, pela crise que anda enfrentando, tem recebido muitas denuncias pela comissão de direitos humanos da Organização dos Estados Americanos (OEA). O poder judiciário lá hoje não tem valor nenhum perante as sociedades estrangeiras, mas já foi sinalizado até como um falso delito promovendo uma ação contra a pessoa”, explicou a advogada. Além da OEA, o grupo de direitos humanos da Interpol também foi acionado pela defesa.

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