Laudo da reconstituição deve selar destino de mãe e padrasto de Henry
Polícia também aguarda análise das mensagens telefônicas de Monique e Jairinho que teriam sido apagadas na noite da morte do menino
atualizado
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Rio de Janeiro – Peritos do Instituto de Criminalística Carlos Éboli (ICCE), do Rio de Janeiro, devem entregar em até 15 dias o laudo da reprodução simulada feita na tarde desta quinta-feira (1º/4) no apartamento onde o menino Henry Borel Medeiros morava com a mãe e o padrasto.
Ao receber o material, o delegado Henrique Damasceno, titular da 16ª DP (Barra da Tijuca), poderá finalizar o inquérito do caso Henry. A perícia provavelmente embasará a decisão do delegado sobre o destino do casal Monique Medeiros da Costa Almeida e o médico e vereador Jairo Souza Santos, o Dr. Jairinho (Solidariedade), padrasto de Henry, hoje ouvidos apenas como testemunhas no inquérito.
A conclusão da investigação deve definir se a polícia aceita a tese de que houve um acidente doméstico – e a mãe e o padrasto de Henry são exonerados de qualquer suspeita – ou se o menino foi alvo de um crime – nesse caso, automaticamente o casal, que estava com ele na noite da morte, pode ser até indiciado.
O advogado André França, que defende a mãe da criança e o político, foi procurado, mas não atendeu o Metrópoles. O espaço segue aberto.
Investigadores também aguardam a análise das mensagens dos telefones de Monique e Dr. Jairinho que teriam sido apagadas na noite da morte da criança.
Peritos do Instituto Médico Legal (IML) e do Instituto de Criminalística Carlos Éboli (ICCE) fizeram, no dia 29 de março, um primeiro reconhecimento no apartamento onde Henry morava com a mãe e o vereador do Rio.
Nesta quinta-feira (1º/4), a polícia voltou à casa do menino, em Jacarepaguá, zona oeste do Rio, e realizou uma reprodução simulada. Na simulação, os investigadores usaram um boneco com as mesmas características da criança, como peso e altura.
Eles querem esclarecer detalhes de um possível acidente doméstico que Henry possa ter sofrido. Os agentes analisaram, por exemplo, em que posição o menino foi encontrado desacordado, qual a altura da cama em que a criança estava e algumas pequenas informações sobre a dinâmica do possível acidente. Peritos representaram a presença da mãe e do padrasto da criança na encenação.
Entenda o caso
O menino Henry Borel Medeiros morreu no dia 8 de março ao dar entrada em um hospital na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio. Segundo Leniel Borel, ele e o filho passaram o fim de semana anterior normal. Por volta das 19h do dia 7, o pai o levou de volta para casa, onde morava com a mãe, Monique Medeiros da Costa e Silva de Almeida, e com o vereador e médico Jairo Souza Santos Júnior, o Dr. Jairinho (Solidariedade).
Ainda segundo o pai de Henry, por volta das 4h30 do dia 8, ele recebeu uma ligação de Monique falando que estava levando o filho para o hospital porque o menino apresentava dificuldades para respirar.
Leniel afirma que viu os médicos tentando reanimar o pequeno Henry, sem sucesso. O menino morreu às 5h42, segundo registro policial feito pelo pai da criança.
De acordo com o laudo de exame de necropsia, a causa da morte do menino foi hemorragia interna e laceração hepática provocadas por ação contundente. Para especialistas, ação contundente seria agressão.