Laudo aponta lesões graves e gravíssimas em mulher de fisiculturista
Alguns dos traumas são descritos como compatíveis a vítimas de acidentes de carro. Mulher morreu na segunda-feira (20/5) e marido está preso
atualizado
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O laudo pericial, ao qual o Metrópoles teve acesso, que ajudou a embasar o inquérito da Polícia Civil de Goiás (PC-GO) contra Igor Porto Galvão, indiciado por feminicídio, aponta que Marcela Luise de Sousa Ferreira, de 31 anos, foi vítima de lesões leves, moderadas, graves e gravíssimas. A mulher morreu na segunda-feira (20/5) em Aparecida de Goiânia (GO) dez dias após ser deixada pelo marido no hospital.
Marcela teve oito costelas da parte esquerda do tórax fraturadas. As lesões, diz o laudo, são comuns em casos de pessoas que sofrem acidentes de carro. Também foi apurado que ela tinha lesões na face e nas partes direita e esquerda do crânio. Outra parte com fratura foi a clavícula.
Na têmpora esquerda, houve afundamento, conforme laudo e relatório médico. Igor havia dito no hospital que a mulher sofrera uma queda da própria altura, mas os profissionais de saúde duvidaram e a Polícia Técnico-Científica chegou à conclusão de que não era possível tal acidente provocar tantas lesões.
Conforme testemunhas afirmaram à Polícia Civil de Goiás (PC-GO) durante a apuração, os dois tiveram uma relação marcada por agressões contra a mulher. “Grande quantidade” de tufos de cabelo foi retirada do crânio de Marcela Luise.
Ao ser hospitalizada, a mulher sofreu uma convulsão e foi entubada. Ao ser submetida a uma tomografia, foi verificado que ela tinha lesão no crânio. De imediato, ela foi levada para o centro cirúrgico onde foi operada. Após dez dias na UTI, em estado gravíssimo, a vítima não resistiu e foi a óbito na segunda-feira (20/5).
O fisiculturista foi preso no dia 17/10 ainda por suspeita de tentativa de feminicídio. Com a morte da mulher, o caso avançou para feminicídio consumado. Em depoimento, ele ficou em silêncio sobre as lesões de Marcela Luise.
Defesa
Os advogados de Igor pediram o relaxamento da prisão na quarta-feira (22/5), mas a liminar foi negada pelo Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (TJ-GO) no dia seguinte.
Igor afirma que tem sofrido agressões de agentes penais na prisão. Em um dos episódios, o cano de uma espingarda teria sido utilizado contra ele. Em fotos de uma apuração da Corregedoria da Polícia Penal, ele aparece com várias lesões e com o olho roxo.